quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Recontar Eça de Queirós aos jovens leitores (8º ano - 2007/2008)



Aos alunos de 8º ano foi lançado o desafio de recontar alguns contos do nosso Eça de Queirós a jovens leitores. Foi-lhes assim lançado este desafio que se inspira no trabalho de Luísa Ducla Soares. Eis as adaptações que surgiram e que aguardam todos os comentários construtivos que os nossos leitores queiram fazer! A única ambição foi a de tornar Eça acessível aos mais novos... tal como o fez Luísa Ducla Soares!


Boa leitura e... bons comentários!
UM POETA LÍRICO


Um dia, quando cheguei a Charing Cross, em Londres, entrando num hotel fui logo para a lareira e reparei numa figura franzina.
Registei-me na recepção e fui para o meu quarto. Tomei banho e fui almoçar. Levei comigo o meu volume de Tennyson, um grande poeta. Fui servido ao almoço pelo empregado que ficou muito interessado no meu livro Os Idílios de El Rei.
Nessa noite, parti de expresso para a Escócia. Um mês depois, voltei a Londres, ao mesmo hotel, onde voltei a cruzar o mesmo empregado. Era uma figura misteriosa.
Certo dia, quando voltava de Convent Garden, encontrei o meu velho amigo Bracolletti, um homem com sorriso doce, muito expressivo, um grande homem. O seu ponto fraco eram as raparigas de doze e catorze anos que ele tentava seduzir. Coleccionava-as: tinha uma em cada bairro pobre de Londres!
Eu e Bracolletti fomos ao restaurante de Charing Cross, onde trabalhava aquele empregado magro, alto e intrigante. Bracolletti conhecia-o: ao verem-se apertaram as mãos. Curioso, durante a refeição, quis saber mais sobre aquele homem. Descobri que se chamava Korriscosso, que ele e Bracolletti tinham viajado juntos até à Bulgária e a Montenegro. Korriscosso tinha sido seu secretário. Ávido de saber mais, perguntei de onde era. Bracolletti, baixando a voz, disse: “ É grego, é de Atenas.”.
A minha curiosidade desapareceu devido ao hábito de desconfiar dos gregos: esta desconfiança deve-se ao facto de que os gregos que emigram são acanhados, meio piratas, meio serviçais, espertos e perversos. Lembrei-me, entretanto, que o meu volume de Tennyson tinha desaparecido, antes de ir à Escócia, no hotel onde trabalhava o grego. E lembrei-me como Korriscosso tinha mostrado interesse pelo meu livro. Apercebi-me que ele era um ladrão! Durante o resto da refeição não falámos mais nele.
Nessa noite, ao voltar para o quarto, perdi-me. Fui dar ao corredor dos quartos dos empregados. Uma porta estava aberta, com uma luz fraca. Era o quarto de Korriscosso. Ao ver-me, ficou espantado. Pude ver o meu livro sobre a secretária onde escrevia. Apontei para o volume e disse:” Bom poeta!”. Podia-se ver, na margem, notas com elogios. Ele, timidamente, acenou que sim com a cabeça. Disse-me que também era poeta. Pedi-lhe para me levar até ao meu quarto. Pelo caminho, contou-me um pouco da sua vida.
Nascera em Atenas e aos dezoito anos era empregado de um médico. Nos intervalos do serviço estudava na Universidade de Atenas. Formara-se em Direito e isso habilitou-o, mais tarde, a ser intérprete de hotel. Nessa altura fez as suas primeiras poesias tristes. Isto abriu-lhe portas para a política. Uma paixão, ameaças de morte, um marido brutal e uma crise patética forçaram-no a deixar a Grécia. Depois disso, viajara por vários países onde fez de tudo. Um buraco negro na sua história! Volta mais tarde ao seu país onde se torna político. Este momento de glória foi rápido e tornou-o conhecido: os seus discursos poéticos, cheios de imagens engenhosas e aparatosas, maravilharam Atenas. Em Atenas este dom leva ao poder: Korriscosso era a pessoa certa para ter um cargo de alta importância. Todos gostavam dele, mas isso não impediu que o Ministério onde trabalhou caísse sem lógica constitucional. Novo buraco escuro na sua história! Depois disso torna-se membro de um clube republicano de Atenas, pede num jornal a libertação da Polónia e publica os seus “Suspiros de Trácia”. Tem outro amor e, vê-se entretanto forçado a refugiar-se em Inglaterra. Depois de tentar vários empregos, em Londres, encontrara aquele em Charing Cross.
- É um refúgio - disse eu, apertando-lhe a mão.
Esboçou um sorriso amargurado. Era com certeza um refúgio e favorável. Alimentava-se bem, as gorjetas eram razoáveis, tinha um colchão de molas velho, mas a sensibilidade da sua alma era constantemente ferida. Dias atarefados e cansativos os de Korriscosso, obrigado a distribuir, numa sala, comida à clientela esfomeada. Não era a dependência que o preocupava, bastava-lhe que o seu patrão fosse atencioso. O que o magoava é que nos outros trabalhos que tivera, tudo tinha (e tem) a sua poesia, mas o contacto actual com a comida não tinha poesia e isso torturava o pobre Korriscosso.
Então, intrigado, perguntei-lhe porque é que não deixava aquele emprego. Respondeu-me que era o seu coração apaixonado que o não deixava. Korriscosso estava apaixonado por Fanny, uma empregada do restaurante que o desprezava. Fanny, essa estava apaixonada por um polícia que não lhe ligava nenhuma. Todas as noites, esta dava ao polícia uma bebida para lhe sustentar o vício, mas aquele nunca lhe agradecia. Fanny, no entanto, venerava-o.
Coitado de Korriscosso! Ele gostava tanto de poder surpreender Fanny com uma das suas poesias... Mas ele só era um grande poeta em grego e Fanny não sabia grego! Fui para o meu quarto e deixei-o a chorar.
Agora, sempre que vou a Londres, costumo ver Koriscosso. Está cada vez mais magro... Costumo ir ao restaurante, e quando saio aperto-lhe a mão compreensivamente.



Um Poeta Lírico de Eça de Queirós,
Adaptado por MPA & maré do paul
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SINGULARIDADES DE UMA RAPARIGA LOIRA
Começou por me dizer que se chamava Macário … Conheci-o numa estalagem do Minho. Era alto e gordo. Pelas oito horas da noite, hora de jantar, começou a minha curiosidade: Macário estava comendo tranquilamente, quando eu lhe perguntei se era de Vila Real.
- Vivi lá. Há muitos anos - disse-me.
- Terra de miúdas giras – retorqui.
O homem calou-se. De certeza que estava a pensar numa mulher! No fim de jantar, fui para o meu quarto. Ele já lá estava. Chamava Macário e contou-me a sua história.

Nesse tempo vivia em Lisboa com o seu tio Francisco que tinha um armazém de panos. Ora veio morar, perto do armazém, uma mulher de quarenta anos com a filha: uma rapariga de vinte anos com cabelos louros. Macário apaixonou-se pela jovem. Com a ajuda de um amigo, descobriu que o nome da jovem era Vilaça. Encontrou meio então de falar com a rapariga. O melhor para isso era a casa de um notário aonde costumava ir. Aí se conheceram, aí falaram, falaram…
Oito dias depois de a conhecer, Macário era recebido em casa da jovem loura. Nessa noite ficou o tempo todo ao lado da menina Vilaça, que se chamava Luísa. Lembrava-se também de um pequeno incidente ocorrido nessa altura: uma moeda de oiro que tinha na mão, enquanto falava com a Luísa, caiu no chão, sem fazer barulho algum, e desapareceu misteriosamente. Todos procuraram, mas a moeda não apareceu. Ninguém a tinha ouvido cair. Esquisito!
O essencial é que, depois dessa noite, Macário tinha decidido casar com a Luísa. Pediu então licença ao tio… que não aceitou! Macário, despedido pelo tio, teve então de encontrar outro emprego, mas todos lhe fecharam a porta. Ele entrou, então, a pouco e pouco, na miséria. No entanto, continuava a encontrar-se com Luísa de noite, que também o amava.
Um dia, porém, Macário encontrou-a excitada.
- A mamã percebeu – disse-lhe a jovem. E contou-lhe que a mãe desconfiava do namoro.
- Porque não vens pedir a minha mão à mamã?
- Não posso; espera mais um mês.
Macário não dormiu nessa noite e, logo pela manhã, foi ver o tio Francisco e pediu para voltar a casa. Mas como não queria deixar Luísa, foi de novo rejeitado pelo tio. Felizmente o amigo que o apresentou a Luísa propôs-lhe um trabalho em Cabo Verde. No dia seguinte parte regressando algum tempo depois. Foi então pedir a Luísa à mãe e o casamento decidiu-se para daí um ano. Entretanto, Macário trabalha com o amigo que lhe arranjara o trabalho em Cabo Verde mas este desaparece pouco tempo depois deixando Macário a pagar tantas dívidas que volta de novo a ser pobre.
Nessas condições, não podia de novo casar-se. Nesse mesmo dia, a casa que o mandara para Cabo Verde veio propor-lhe uma outra viagem. Antes de partir, decidiu despedir-se do tio que acaba por convidar Macário a voltar a trabalhar com ele aceitando, ao mesmo tempo, o casamento que ficou marcado para daí a um mês.
Mas um triste incidente numa ourivesaria vem mudar todos os planos de Macário. Estando ele a ver anéis com Luísa, esta tenta roubar um anel pensando que ninguém a estava a ver. Enganou-se! O vendedor viu-a, e pede a Macário que pague o anel roubado. Este paga-o, desculpando Luísa afirmando tratar-se de um esquecimento. À saída da ourivesaria, Macário deixa Luísa, acusando-a de ser uma ladra. Nunca mais a voltou a ver!

Singularidades de Uma Rapariga Loira de Eça de Queirós
Adaptado por bruno-78130 & XX-AJ-XX
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ADÃO E EVA NO PARAÍSO


« Se Adão não tivesse descido da árvore, não jogaríamos no computador.
Deus também quis ensinar aos homens o que é o amor: amar-se uns aos outros. »

I

Adão e a terra foram criados no mês de Outubro. Para acolher o primeiro homem, a Terra tornou-se perfeita com árvores de frutos, peixes, aves, cristal e ouro. Era o planeta preferido de Deus. O Sol envolvera a terra durante oito horas. Ao fim dessas horas, desceu um animal de uma árvore. Pôs-se de pé e começou a caminhar. Ele era feio e gordo. O caminho para o Paraíso não era fácil. Muitas vezes se desequilibrou, mas cada vez que caía, Adão ficava mais forte. Por fim, Adão chega ao Paraíso onde encontrou animais, vegetação, rios e montanhas. Apavorou-se com os barulhos dos animais. Mas apesar do medo, ficou espantado com a variedade de animais naquele lugar.

II
Adão percorreu a margem de um dos rios do Paraíso. Ao ver vários animais, continuou o seu caminho até o rio acabar numa lagoa, escura e abandonada. Adão assustou-se, fugiu, magoou-se e descobriu o mar. Surgiu depois, vindo do mar, um MONSTRO, mas não era o único, existia ainda outro. Os dois monstros lutaram e Adão fugiu deixando-os para trás. Só um monstro sobreviveu. Entretanto, Adão voltou ao local e observou o que estava morto. Até ali só tinha comido raízes e insectos. Como ele tinha muita fome, mergulhou os dedos numa ferida do monstro, chupou o sangue daquele e descobriu um novo sabor. Como estava muito cansado adormeceu no bosque. Todos os animais do Paraíso estavam à volta dele para o destruírem. Nenhum animal lhe fez mal porque ao seu lado estava um anjo que o protegia. Ao acordar, Adão tinha ao seu lado Eva, a MULHER...

III

Adão e Eva estavam no Paraíso a descansar quando foram sacudidos pelo acordar do vulcão.
Os maus dias começaram então: eles tinham de procurar água e comida e tinham de fugir dos perigos. Passado um tempo, alguns animais queriam comer Adão e Eva. Os animais eram ainda mais ferozes do que as pessoas. Quando Adão teve de lutar contra o Pai dos Ursos, o único animal que o ajudou foi o Mastodonte. Como Adão tinha muito medo, Deus tirou-lho e Adão conseguiu matar o Pai dos Ursos.
Mais tarde, Adão conseguiu fazer lume.
Um dia, Eva encontrou um cachorrinho, e Adão quis comê-lo; mas Eva não deixou. Resolveram domesticar o animal.
Mais tarde, Eva descobriu, por acaso, como podia plantar sementes e cultivar a terra.
Os dias eram cada vez mais fáceis para Adão, Eva e o filho deles, Abel.
Deus deixou então de proteger Adão e a sua família. Já não era necessário pois sabiam viver sozinhos, sem a protecção de Deus.

Se Adão não tivesse descido da árvore...


Adão e Eva no Paraíso de Eça de Queirós
Adaptado por sweet angel, MCS, ju, queijinho, danoninho17 & benfiquista
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A PERFEIÇÃO

Sentado numa rocha na ilha de Ogígia, Ulisses, o mais subtil do homens, considerava,
com tristeza, o mar azul que rolava sobre a areia muito branca. O seu corpo poderoso engordara. Sete anos iam passados desde que Júpiter fendera a sua nave e Ulisses, agarrado ao mastro, andara pelo mar aos trambolhões durante nove dias e nove noites até que tocara as areias daquela ilha onde Calipso, a deusa radiosa, o recolhera e o amara, durante esses imensos anos, depois da partida para os muros fatais de Tróia, abandonando entre lágrimas a sua Penélope e o seu pequenino Telémaco. E agora, todas as manhãs, ao sair sem alegria da cama de Calipso, as ninfas davam-lhe banho numa água muito pura.

Certo dia, um deus desceu à terra, um grande deus... Era um mensageiro dos deuses, o leve e eloquente Mercúrio. Vinha calçado com aquelas sandálias que têm duas asas brancas atrás, os cabelos, cor de vinho, estavam cobertos pelo casco, onde batem também duas claras asas, e erguia na mão o caduceu. Roçara o mar liso até pisar a areia da ilha. Apesar de percorrer toda a terra, o luminoso mensageiro, não conhecia aquela ilha de Ogígia. Ao chegar lá viu logo Calipso, sentada num trono. Mercúrio pensou: "Linda ilha, linda ninfa!" Toda a gente na ilha sentiu a chegada do deus. Calipso reconheceu imediatamente o mensageiro. Mercúrio fixara o olhar na nudez divina da deusa. Então, Calipso disse para ele:
- Ó Mercúrio! Porque desceste na minha ilha?
E ele disse:
- Doce é a tua hospitalidade, ó deusa! Perguntaste porque um deus descia à tua morada? E certamente nenhum imortal percorreria sem motivo o caminho desde o Olimpo até Ogígia. Foi o nosso pai Júpiter que me mandou vir com esta mensagem: tu recolheste e reténs, pela força da tua doçura, o mais subtil dos homens e desgraçado de todos os príncipes que combateram em Tróia. Ventos inimigos, porém, atiraram-no para esta tua ilha! Ora o destino deste herói não é ficar aqui eternamente sem fazer nada, longe daqueles que o choram. Por isso, Júpiter te ordena que soltes Ulisses e o restituas à sua ilha amada de Ítaca, e à sua mulher Penélope.
Calipso respondeu-lhe então:
- Ah deuses grandes, este, que me invejais, rolou até às areias da minha ilha. Eu o recolhi, o lavei, o nutri, o amei, o guardei, para que ficasse eternamente ao abrigo das tormentas, da dor e da velhice. E agora, Júpiter, ao cabo de oitos anos determina que eu me separe do companheiro que escolhera para a minha imortalidade!
O mensageiro Mercúrio levantou-se do banco, retomou o seu caduceu, e bebendo uma taça do néctar da ilha, louvou a obediência da deusa:
- Assim evitas a cólera do pai trovejante. Das suas decisões nasce sempre a harmonia.
E continuou, enquanto as asas impacientes das suas sandálias já começavam a palpitar:
- De resto, a tua ilha fica no caminho dos barcos que navegam nestes mares. Em breve, talvez, outro herói robusto tendo ofendido os imortais, venha ter à tua doce praia, abraçado a um pedaço de madeira... - E, rindo, o mensageiro divino serenamente se elevou no ar.
Então, Calipso pisou tão levemente a areia, que o ilustre Ulisses não a sentiu deslizar e chegar junto dele. A deusa disse-lhe:
- Não te lamentes mais, nem te preocupes olhando o mar! Os deuses que me são superiores pela inteligência e pela vontade decidiram que tu podes ir-te embora.
O divino Ulisses saltou da rocha sem perder tempo. Quando já começava a ir-se embora, lembrou-se de que nem beijara a generosa e ilustre Calipso! Rápido, correu pela areia, e pousou um beijo na testa da deusa. Esta exclamou:
- Quem me dera que ficasses, para sempre, na minha ilha perfeita, entre os meus braços perfeitos...
Ulisses recuou e explicou-lhe:
- Ó deusa, o problema está na tua perfeição!

E fugiu para a delícia das coisas imperfeitas.



A Perfeição de Eça de Queirós
Adaptado por A-E & totó
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SUAVE MILAGRE



Naquele tempo, Jesus ainda não saíra da Galileia e já os seus milagres tinham chegado a todo o lado.
Uma tarde, um homem passou no vale anunciando a chegada do Reino de Deus. Ora nessa altura, vivia em Enganim um velho chamado Obed que se queixava deste Deus cruel que o deixava envelhecer e que secava as suas vinhas e matava o gado. Sabendo da chegada deste "feiticeiro" Jesus, Obed quis pagar-lhe uma grande fortuna para que ele e os seus gados voltassem a ser novos e cheios de vida. Os criados apertaram os cintos de couro e começaram a caminhada pela estrada das caravanas. Ao fim de um longo caminho avistaram o rio de Tiberíade. Mais adiante encontraram um pescador :
- Sabes do novo Senhor da Galileia?
- Ele atravessou o oásis e foi para o "Além". Mas onde era o Além? Os servos correndo seguiram então pelas margens do rio. Um homem da tribo dos Essénios todo vestido de linho branco apanhava ervas com um cordeirinho branco ao colo.
- Sabes do Senhor da Galileia?
- Ele atravessou o Oásis de Engadi e avançou para o Além.
- Mas onde é o Além?
Os servos subiram pelos caminhos dos Peregrinos até às nascentes de Amalhas. Mas Jesus, nessa madrugada, seguido por um povo que cantava alegremente, partira num barco para Magdala. Um dia, já cansados de percorrer longos caminhos ruzaram um homem que recolhia os impostos em Efraim e perguntaram-lhe se ele tinha visto o novo Profeta da Galileia.
- Ó escravos pagãos, onde ouvistes que existiam milagres fora de Jerusalém?
E os servos regressaram desolados por não poder ajudar Obed.
Também naquele tempo, um centurião Romano, Sétimo, comandava um forte. Ele ouvira igualmente falar dos maravilhosos milagres deste senhor Jesus, e mandou trinta soldados procurá-lo até Escalão.
Chegados a Escalão, os soldados não encontraram Jesus.
Perto de Cesareia, um velho homem de barba branca e longa, coroado de folhas de louro, esperava que o sol nascesse. Ao ver os soldados disse:
- Ó Romanos, vocês acreditam que haja milagres feitos por esse Deus? Isso são coisas de feiticeiros!
Então, devagar, de cabeça baixa, os soldados recolheram a Cesareia. E grande foi o desespero de Sétimo porque a sua filha morria, e todavia a popularidade de Jesus aumentava!
Entre Enganim e Cesareia vivia uma viúva com o seu filho aleijado. Um dia, um mendigo entrou no casebre e disse-lhes que o Senhor da Galileia podia fazer de um pão sete e salvar os pobres. Então, o menino pediu à mãe se podia trazer-lhe esse Senhor a casa, mas era impossível à mãe deixar o filho e ir procurar Jesus. Então o menino chorou desesperado. Mas uma surpresa lhe estava reservada. Passado pouco tempo, qual não foi o seu espanto quando abriu a porta e ouviu Jesus dizer à sua frente:
- Aqui estou!


Suave Milagre de Eça de Queirós

Adaptado por Mah & bacalhau do 78130
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JOSÉ MATIAS

Estou agora no funeral do meu amigo José Matias, e vou contar-lhe a história dele.


José Matias de Albuquerque era um rapaz loiro e elegante. Sempre foi considerado um camarada agradável. Quando os pais de José Matias morreram, ele partiu para Lisboa para alegrar a solidão do tio, o general Visconde de Garmilde. Foi então morar para Arroios, em casa de seu tio, de onde podia ver a janela da casa de uma jovem, Elisa Miranda, uma sublime beleza romântica, que morava com seu marido, Miranda.
Ele amou-a durante dez anos: um amor espiritual. E ela também o amou, durante um bom tempo. José Matias e Elisa sempre se encontravam na quinta de Dona Mafalda, um de cada lado do muro, e atiravam cartas um ao outro, mas nunca trocaram um beijo, apenas um aperto de mão rápido.
Quando José Matias descobriu a generosidade de Elisa, logo se tornou generoso. Ninguém então, em Lisboa, espalhava notas de dinheiro a não ser ele. Mas um dia, a terra toda tremeu para José Matias: Miranda, o marido de Elisa, morre. Decide então partir para o Porto deixando de responder às cartas de Elisa.
Um dia, passeando pelas ruas, encontrei o Nicolau, um amigo meu, que me agarrou pelos braços perguntando:
- Já sabes? Foi o José Matias que recusou! Ele nem quis vê-la, nem quis casar...
Fiquei de boca aberta, muito surpreso, quando entendi o que estava acontecendo.
- Mas então, o amor do José Matias? - perguntei.
- É o mesmo de sempre, mas não quer casar!
Cansada de esperar José Matias, Elisa decide casar-se com o Torres Nogueira. José Matias regressa a Lisboa e continua amando Elisa em silêncio. Recomeça a vigiar Elisa diariamente, escondido atrás da janela, acreditando que ela ainda o amava. Esta vida durou sete anos para José Matias, até Torres Nogueira morrer.
Entretanto, José Matias começa a beber e a meter-se no jogo. Mas as coisas mudam de novo, pois Elisa arranja um amante. Todas as noites, Elisa e seu amante se encontravam em casa deste. José Matias ficava vigiando-os em frente do portão da casa, do lado de fora. Vigiou-os durante três anos. Tornou-se um hábito, apesar de chover todos os dias e de fazer muito frio. José Matias arranja então uma grave pneumonia que o leva à morte.

Essa foi a triste história do meu amigo, José Matias.


José Matias de Eça de Queirós
Adaptado por MC BRUNIINHA e Just Me

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NO MOINHO

Maria da Piedade era considerada em toda a vila como uma santa. Todos os habitantes tinham orgulho naquela bela mulher, fina, loira e de olhos escuros. Morava no fim da estrada numa casa azul. Poucas vezes saía por causa do seu marido e filhos, doentes e incapazes de viverem sem ela.
Sempre vivera infeliz com o pai bêbedo e a mãe desagradável. Foi por isso que, quando João Coutinho a pediu em casamento, ela aceitou sem hesitação e com reconhecimento o pedido.
Quando o marido ou os filhos a chamavam, ela ajudava-os sem resmungar e sempre calma. Gostava de ver a sua família bem tratada e bem acarinhada. Nunca tivera desde casada um desejo ou um capricho, só lhe interessavam os seus doentes. A sua única distracção era, à tarde, sentar-se à janela a costurar olhando os seus filhos brincar tristemente. Passavam-se meses sem que em casa da Maria da Piedade se ouvisse outra voz a não ser a da família. Foi por isso uma grande excitação na casa quando João Coutinho recebeu uma carta do seu primo Adrião que lhe anunciava que ia chegar à vila brevemente. Adrião era um poeta célebre e João Coutinho tinha muito orgulho nele. Ao saber dessa visita, D. Maria da Piedade ficou aflita pensando na confusão que iria haver em sua casa. Porém, quando Adrião chegou, ele decidiu ficar na estalagem do tio André e Maria da Piedade ficou então aliviada. Ao vê-lo, Maria da Piedade não o achou tão interessante como se dizia. Adrião tinha vindo à vila para vender a sua fazenda, mas ninguém a queria comprar. Por isso o seu primo aconselhou-o a pedir ajuda à mulher, que era boa conselheira em assuntos deste género.
Numa visita à fazenda, Adrião interessou-se por D. Maria da Piedade. Juntos, decidiram ir ver um moinho que havia ali perto. Chegando ao moinho, Adrião achou aquele lugar maravilhoso e romântico. Cansada, D. Maria da Piedade sentou-se numa pedra e Adrião desejou ficar ali com ela para sempre. Sorrindo, ela achou piada àquele desejo e corou com aquelas palavras. De repente, Adrião abraçou-a e beijou-a profundamente. Mais tarde, arrependeu-se desse gesto e achou que não devia ter feito aquilo. Como a venda da fazenda estava concluída, decidiu partir rapidamente, deixando Maria da Piedade triste e apaixonada.
A partir daí a vida quotidiana tornou-se um peso. Adrião tornara-se para ela um herói. Era por isso necessário alimentar a sua imaginação com histórias de amor. Passou então a ler livros românticos que a levaram a abandonar a sua família e a querer viver as histórias de amor que lia nos livros.

No Moinho de Eça de Queirós
Adaptado por Nikas & Guess

29 comentários:

Anónimo disse...

Muito bons trabalhos !!!
XX-AJ-XX

Anónimo disse...

O reconto de que mais gostei foi o de "Adão e Eva".
Conhecendo o conto original, noto uma grande diferença. Os grupos que trabalharam este conto fizeram um muito bom trabalho, transformaram páginas e páginas de história e descrição em 3-4 parágrafos.
As diferentes partes do conto estão muito bem resumidas, porque os grupos conseguiram eliminar toda a descrição desnecessária e contaram só a história em si, sem muitos detalhes. A linguagem utilizada também foi muito bem escolhida, pois está bastante acessível a todos. Além de tudo isto, a maneira como está contado o conto não está nada confusa, o que é um trabalho bastante complicado de fazer, já que um dos problemas iniciais ao ler o conto era não o conseguirmos perceber muito bem devido à quantidade de descrição e à maneira como se contava a história. Mas aqui pode-se ver que os grupos fizeram um óptimo trabalho de compreensão do conto.

Os meus parabéns aos grupos que recontaram este conto !

MPA

Anónimo disse...

Gostei muito de "Adão e Eva no Paraíso" por ser curto e fácil de ler, o que não é o caso do conto original escrito pelo Eça. Na minha opinião, foi um grande trabalho que foi feito, o de eliminar frases e palavras «inúteis» presentes no conto inicial e, no fim obter um tão bom resultado!

XX-AJ-XX

Anónimo disse...

O reconto de que mais gostei foi o do "Suave Milagre".
Já tendo lido o conto original, constato que existe um grande alteração. A linguagem escolhida foi muito bem empregue não havendo nenhuma dificuldade de vocabulário. As diversas partes estão convenientemente resumidas e a eliminação de alguns elementos não tira nenhum charme ao conto. A introdução de falas presentes no conto original trazem ainda mais vivacidade ao texto e ajudam a entender a maneira como as personagens se exprimem.
Se não tivesse lido a história original, conseguiria acreditar que este texto é o original. A adaptação feita pelos alunos é muito credível. Tive bastante prazer em ler e analisar esta história.
Os alunos fizeram um óptimo trabalho e estão de parabéns!

Nikas

Anónimo disse...

Antes de mais, quero dar os parabéns a todos pelo excelente trabalho que fizeram.
Não consigo escolher um reconto em especial, mas gostei muito de "Singularidades de Uma Rapariga Loira" e "A Perfeição". Acho que estão ambos bastante bem feitos, fáceis de ler e divertidos. Mesmo se estes dois recontos não eram aqueles que suscitavam mais apreensão ao início pelo seu tamanho ou complexidade, as histórias foram bastante encurtadas e, comparadas com o estilo de escrita de Eça de Queiroz, estão muito menos complexas e adequadas à nossa linguagem. Os detalhes insignificantes foram retirados e mesmo assim a história não perdeu a sua essência.
Gostei muito de todos os trabalhos. Mais uma vez, parabéns!

Mah’

Anónimo disse...

O reconto de que mais gostei foi "José Matias". A história está muito bem recontada. O grupo que reescreveu este conto fez que o fim fosse muito mais claro do que o fim original: o desenlace original não está bem explicado e é longo, ao passo que o desenlace recontado está claro e é curto.
Este conto que foi escrito no original em 22 páginas está recontado em poucos parágrafos, o que nos dá prazer de o ler.
Também tomei nota do vocabulário fácil: o grupo que recontou este conto insistiu no vocabulário mais juvenil o que permite ao jovem leitor compreender o sentido das frases.
Parabéns a este grupo que me deu prazer em ler este reconto!

Ju

Anónimo disse...

Gostei mais do reconto feito a partir de “Adão e Eva” porque acho que foi o mais difícil de fazer e a adaptação feita é excelente. Merece mesmo um 20/20!

Bruno-78130

Anónimo disse...

O reconto que eu preferi foi "Adão e Eva". O conto original de Eça de Queirós é muito complexo e tem muitos detalhes. O reconto conta a mesma história tirando detalhes inúteis. Está muito bem feito. A linguagem é fácil de entender, e não nos obriga a ler milhares de notas em baixo de cada página. O conto tinha mais de 20 páginas, e está resumido em muito pouco, contando exactamente a mesma coisa. Eu li o reconto sem nenhuma dificuldade e gostei.
Parabéns aos 3 grupos que o redigiram.

Just Me

Anónimo disse...

Eu gostei bastante do "Adão e Eva no Paraíso". Não porque eu trabalhei nele, mas porque eu participei na exclusão das partes que tornavam a leitura difícil; eram sobretudo descrições. Depois dessa fase de "exclusão", nós trabalhamos no que sobrou e devíamos "desvocabularizar" o texto, ie tirar o vocabulário difícil substituindo-o por um vocabulário mais compreensível. Depois da «desvocabularização» nós resumimos o conto e o trabalho chegou ao fim. Como disse XX-AJ-XX: um grande trabalho foi feito! E em pouco menos de quatro horas de aula.

danoninho17

Anónimo disse...

O reconto de que mais gostei foi o de"Adão e Eva".
O grupo, que teve de trabalhar com o conto o mais extenso, fez um reconto muito bom indo ao indispensável e criando assim um texto muito bom, curto, sem nos dar informações desnecessárias. Recontar este conto parece-me bastante complicado. Dou vinte ao trabalho dos meus colegas.

mar de paul

Anónimo disse...

O reconto de que mais gostei foi "Adão e Eva" porque como já li o original, sei que ele é muito complicado, não se percebe nada! Ele tem páginas, parágrafos, palavras... a mais. E os alunos que tiveram de recontar esse conto, tiraram tudo o que era inútil e fizeram um trabalho muito bom. Utilizaram um vocabulário que é fácil de perceber. Eles reduziram um texto de 30 páginas a três parágrafos. Agora o conto pode ser lido por uma criança de onze anos. O objectivo deste desafio foi alcançado. Parabéns aos alunos que realizaram esse trabalho!

Queijinho

Anónimo disse...

O reconto de "No Moinho" está bem conseguido, porque resume bem a história original.
Faltou mencionar o facto de Adrião ser escritor e de Maria da Piedade ter começado a ler os seus livros alimentando, no final do conto, a sua paixão pelo primo do marido e levando-a a uma vida extraconjugal moralmente repreensível.

Sweet Angel

Anónimo disse...

O reconto que preferi foi o do conto "Adão e Eva". Não é por ter participado nesse reconto, mas porque conseguimos transformar um conto muito longo, com um vocabulário difícil num conto de 3 parágrafos com um vocabulário juvenil. Conseguimos eliminar os adjectivos e as palavras inúteis deixando só o mínimo para que a história ficasse compreensível. Por isso preferi este reconto!

benfiquista

Anónimo disse...

O reconto de que mais gostei foi o de «Adão e Eva», porque a primeira vez que li este conto tive muitas dificuldades em percebê-lo por causa da descrição e da maneira como estava escrito. Eu participei neste trabalho e foi muito difícil. Não sabíamos o que é que devíamos eliminar e o que era preciso manter. Não pensávamos que ia ficar tão curto!
Parabéns aos colegas que realizaram o reconto comigo!

MCS

N.C. disse...

Olá a todos !

Todos os contos estão muito bem contados.

Mas...
O meu texto preferido é A Perfeição porque :
-a estória é interessante
-porque a perfeição não faz a felicidade
-é mas um conto sobre Ulisses
-e claro porque a estória está fácil de ler

Parabéns !

Anónimo disse...

José Matias
Adoro esse conto, porque conta uma linda historia de amor de um homem, contado por um amigo. Um amor que durou anos sem que um e outro tenham vividos juntos. Mas ha qualquer coisa que nao percebo, o José Matias teve varias opertunidades para viver com Elisa e nunca aproveitou. Porquê? Acabou por morrer por causa dela, amor da sua vida!

Julien.

Anónimo disse...

pessoa que reconteu este conto, recontou-o bem, porque não falta nenhum detalhe.Há também um pesonagem muito misterioso no inicio deste conto, que é o "Korriscosso", que nos motiva a lêr o conto do inicio até ao fim.
Termino dando os meus parabéns á pessoa que escreveu este conto.

Thomas Felicio

OP disse...

Acho que todos os contos foram muito bem escritos, mas vou falar de um em particular:"No Moinho".Quero falar dele porque acho que é o melhor, porque Nikas e Guess conseguiram escrever um texto curto, mas que nos expliqua muito bem o contexto desse conto e compreendemos a historia.
Mas também o escolhi porque me fez refletir sobre o fim da historia: sera que, quando estamos casados e que amamos uma outra pessoa do que o marido ou a mulher, devemos ir embora com essa pessoa?Ou devemos ficar com a nossa familia(para cuidar dela)? O amor ou o dever?
Ainda estou refletindo.
OP

VIVID disse...

O resumo do conto do que eu mais gostei foi "Adão e Eva no Paraíso".
Nunca li essa estória mas acho que devia ser muito difícil recontá-lo, pois foi o Eça de Queirós que a inventou.
Dou os meus parábens aos alunos que transformaram o conto em reconto porque é muito curto, compreende-se todo o vocabulário, que dantes era diferent, e conta uma história que paresse bastante longa com todos os detalhes.

VIVID

melancia disse...

O meu reconto preferido foi "Adao e Eva",porque a historia é muito bem recontada com a civilização de duas pessoas.Esse reconto tem os detalhes suficientes para imaginar a historia.E um reconto muito facil de ler!

moranguinho disse...

Eu gostei muito do conto "José Matias". Achei que estava bem recontado e é facil de ler.O vocabulario não é complicado e facil de enteder.Gostei da introdução e achei que José Matias estava bem descrito e o amor entre a Elisa e o Miranda também. Acho que esse texto é bom para os jovens.

Miss.Mary00089 disse...

Muitos bons trabalhos!
Gostei muitos de todos os textos.Mas o meu favorito é "Adão e Eva no Paraíso" estava muito bem adaptado, o vocabulário era muito simples e não estava confuso.
Parabéns pelo trabalho!

ic disse...

de avaliação.
Início do estudo

FT disse...

O conto do que mais gostei foi "Adão e Eva no Paraiso". Esta muito bem adaptado e compreende-se tudo da primeira vez.
Além disso, adorei o facto de o texto tratar de duas pessoas que, apesar de não terem nada no principio, conseguem criar fogo, fazer agricultura e terem uma familia, tudo isto nuù lugar perigoso.

gogo disse...

O conto que mais gostei foi “Adão e Eva no paraiso’’. Nunca tinha lido o conto de Eça de Queirós e assim, não posso fazer comparação com o original. Mais, acho que o conto é bem contado porque a historia é dita numa maneira um pouco cómica e fantástica. A organização do texto é bem feita e isso dá-me mais vontade de o ler.

gogo disse...

O conto que mais gostei foi “Adão e Eva no paraiso’’. Nunca tinha lido o conto de Eça de Queirós e assim, não posso fazer comparação com o original. Mais, acho que o conto é bem contado porque a historia é dita numa maneira um pouco cómica e fantástica. A organização do texto é bem feita e isso dá-me mais vontade de o ler.

Lolita disse...

Olá a todos!
Eu adorei todos os contos mas o meu preferido foi "Suave milagre" porque gostei muito da parte onde o Rapazinho pede á Mãe para procurar Jesus. Mas gostei sobretudo da Maneira como as falas estão escritas.

Laranja disse...

O conto que mais gostei foi “Adão e Eva”. Já tendo lido a história na Bíblia encontro que esta versão é muito bonita, bem adaptado aos jovens. Com um vocabulário acessível a todos e nuns pequenos parágrafos conseguiram contar um belo conto.

Leonor disse...

A história do blog que eu preferi foi O Suave Milagre. Foi o texto que melhor compreendi, talvez por já ter lido a história recontada por Luísa Ducla Soares, e gostei muito.
Acho que o Mah & bacalhau fez a melhor adaptação. Quanto às outras, não as percebi lá muito bem mas admiro os autores das adaptações porque acho difícil contar histórias de outras pessoas.

QUEM É QUE NÃO QUER VER MELHOR O MUNDO?

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