A turma de 8º ano, depois de ter lido o texto narrativo que se segue
passou-o do género narrativo para o género dramático operando as transformações necessárias a fim de respeitar as características do novo género que veio "vestir" a lenda timorense. Abaixo apresenta-se o resultado deste trabalho de mudança de género literário:
passou-o do género narrativo para o género dramático operando as transformações necessárias a fim de respeitar as características do novo género que veio "vestir" a lenda timorense. Abaixo apresenta-se o resultado deste trabalho de mudança de género literário:
Os antepassados eram irmãos
Uma lenda timorense[1]
Personagens:
Maromak
(deus)
Dois casais
(2 homens + 2 mulheres),
Ximené e Ximaná, Teurá
e Teureta
Três casais
(3 homens + 3 mulheres)
Joaquim e Rosa, Manuel
e Maria, José e Fátima
Irmãos mais velhos
ATO
I
Cena
1
Maromak encontra-se à beira do mar
de Timor e chama até si dois casais descendentes de Adão e Eva: Ximené e
Ximaná, Teurá e Teureta.
Maromak
(chamando em voz alta): Ximené e
Ximaná! Teurá e Teureta! Venham cá, preciso de falar convosco.
Ximaná:
O que nos queres?
Ximené:
Chamaste-nos?
Teurá:
Sim?!
Teureta
(espantada): O que é que se passa?
Maromak
(entregando instrumentos de madeira para
cultivar os campos): Tomem! Toma, Ximaná! (deslocando-se para a direita) Toma, Ximené! Pega, Teurá! Segura,
Teureta!
Ximené
(virando-se para os outros três): Ah!
Isto é para trabalhar os campos!
Ximaná
(olhando para o horizonte com um ar
pensativo): Temos que nos ocupar da nossa ilha!
Teurá
(voltando-se para Maromak agradecido):
Obrigado pelos instrumentos, Maromak! Vamos poder tratar melhor da ilha onde
nascemos!
Teureta
(exclamou com alegria): Vamos começar
já. Venham trabalhar! (sai de cena com os
três amigos, deixando Maromak só)
Cena
2
Chegam ao junto de Maromak três
casais, Joaquim e Rosa, Manuel e Maria, José e Fátima. No chão, junto aos pés
de Maromak vemos papel, lápis, sabão e lenços.
Maromak: Manuel, Joaquim e José, vocês tomem papel e
lápis!
Manuel Joaquim e José (em uníssono): Obrigado, Maromak!
Maromak: Rosa, Maria e Fátima, ofereço-vos sabão e
lenços.
Rosa, Maria e Fátima (estendendo os braços, respondem ao mesmo tempo): Obrigada, Maromak!
(voltando-se para os maridos já com um ar
saudoso) Antes de navegarmos para longe, vamos fazer uma grande festa na
montanha!
José: Vamos convidar toda a família! Temos de
festejar esta viagem com os nossos!
Maria: Vou já convidá-los!
Joaquim: Eu vou buscar o vinho para a festa e a
Fátima pode ir buscar uns quatro galos!
Rosa: Eu ponho as mesas!
Manuel: Eu preparo os galos, vou depená-los já!
Cena
3
Final
da festa, veem-se as mesas desarrumadas, alguma comida caída no chão. Os três
casais aproximam-se de alguns irmãos mais velhos.
Joaquim (entregando o livro e a bandeira aos Irmãos
mais velhos): Ó meus irmãos, recebam este livro e esta bandeira, símbolos
do nosso povo. Guardem-nos preciosamente durante a nossa viagem.
Irmãos mais velhos (abraçando coletivamente Joaquim): ‘Tá
bem! Fiquem descansados!
ATO
II
Cena
1
Passaram-se muitos anos e isso
vê-se no cenário e na quantidade de personagens em palco. Ouve-se muita gente a
falar, veem-se sombras de pessoas projetadas no cenário. A mesma praia onde se
encontram casas típicas de Timor. Os dois casais – Ximené e Ximaná, Teureta e
Teurá – estão em cena, na praia, debaixo de uma palmeira, sentados em cima de
troncos.
Teureta
(apoiando-se numa espécie de bengala, um
pau, com muitas rugas, cabelos brancos e uma voz rouca, usada pelo tempo):
Lembras-te, meu amor, da nossa juventude…
Teurá
(acariciando as costas de Teureta,
falando com um tom nostálgico): Olha o resultado do nosso trabalho… Horas
passadas a soar pela nossa ilha.
Surgem em palco cerca de catorze
pessoas, quatro casais adultos rodeados de seis crianças. Vestidos com os
trajes típicos de Timor. As crianças brincam por todo o lado, correm, comem. Os
pais falam uns com os outros, bebendo leite de côco. Deslocam-se em palco como
se estivessem alheados dos dois casais velhotes que encontraram Maromak no
início da peça.
Ximaná
(olhando em redor de si): Ainda bem
que Maromak nos ajudou a cultivar, transformamos esta ilha...
Ximené
(com um brilho nos olhos, observando as
crianças a brincar): E formámos o povo timorense.
Cena
2
Surgem
num barco à vela portugueses que vão acostar em Timor, na praia onde Ximené e
Ximaná, Teureta e Teurá se encontram na conversa.
Ximené e Ximaná (apontando
com o dedo o barco que acosta nesse momento): Olha quem ali vem!
Rosa e Joaquim (indo lentamente ao encontro do casal):
Chegámos, irmãos! Estamos prontos para fundar convosco a cidade de Dili, esta
ilha merece uma capital. Do outro lado estão os holandeses e por isso viemos
ter convosco!
Teureta e Teurá (com
uma voz determinada): Então podemos fundar Dili já aqui!
FIM
[1]
Texto dramático baseado no texto homónimo retirado da obra de Ana Maria
Magalhães e Isabel Alçada, PORTUGAL – HISTÓRIAS E LENDAS, Caminho, 2001, p.123.
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