quinta-feira, 10 de abril de 2008

O NARRADOR e as suas marcas (6º ano - 2007/2008)

Ao longo do ano temos vindo a distinguir o autor/escritor do narrador. O primeiro existe fisicamente. Podemos cruzá-lo na rua, falar com ele... O segundo é uma criação do primeiro, ie só existe para contar a história que o escritor inventou. O narrador é pois inventado! A leitura desta obra de Cláudio Fragata permitiu-nos apreciar esse ser inventado. E o que nos conta a história de Santos-Dumont é um ser curioso. Resolvemos por isso fazer o levantamento das marcas desse narrador no discurso para, a partir delas, delinearmos posteriormente o perfil desta entidade que nos conta a história em Seis Tombos e Um Pulinho. Eis o resultado do nosso trabalho!

LEVANTAMENTO DAS MARCAS DO NARRADOR

1- « Eu sei de alguém que foi mestre na arte de cair e levantar. » (p. 13, l. 2) - o narrador mostra-nos o que sabe.

2- « Pois fique sabendo que sim. » (p. 13, l. 25) - o narrador participa e é quase como se exigisse que acreditássemos no que nos diz.

3- « É essa história cheia de tombos que quero contar para você. » (p. 14, l. 3) - o narrador informa-nos sobre a história que nos vai contar. Procura aproximar-se do leitor.

In «Apresentação», pp. 10-14, alimacak
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1- «Folgado, o cara, hein? Cara-de-pau também. Sabe porquê?» (p. 28, l. 1) – o narrador critica as exigências que o balonista profissional faz a Santos-Dumont. Ao criticá-lo coloca-se ao lado do seu protagonista.

2- « tudo sobre o telhado do pobre homem. » (p. 28, ls. 4-5) – o narrador dá a sua opinião quando diz « o pobre homem », denuncia o que lhe vai na alma, revela empatia com o protagonista da história.

3- « Veja que interessante o que ele pensa.» (p. 28, ls. 6-7) – este comentário revela empatia do narrador com o seu protagonista.

4- « Alberto promete ! » (p. 28, l. 29) – o narrador revela a sua opinião sobre o valor futuro de Santos-Dumont.

In «Quem não tem balão vai de automóvel», pp. 24-29, caro

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1- « Ainda bem, » (p. 35, l. 4) - o narrador dá a sua opinião. Com esta expressão "ainda bem" ele mostra que acha bem que Albertinho saiba montar e desmontar o seu carro sozinho. Há uma empatia entre narrador e protagonista da história.

2- «adivinha quem põe para funcionar?» (p. 35, l. 11) – a pergunta retórica do narrador aproxima-o do leitor e ajuda a criar uma cumplicidade que pode acabar em amizade no final da obra.

3- « Então daqui pra frente, a gente não fala mais em Albertinho, combinado? Não pega bem chamar assim quem já não é mais criança. Agora, ele é Alberto. Alberto Santos-Dumont.» (p. 35, ls. 23-24) - o narrador dá uma informação em que inclui o leitor na sua história, ele precisa que o leitor aceite a sua decisão: "a gente" é o mesmo que dizer "nós". Albertinho já cresceu e agora temos de o tratar por Alberto... Alberto Santos-Dumont! Acabaram-se as intimidades… O uso do diminutivo também mostra um certo carinho da parte do narrador para com o protagonista da sua história.

In «O ás do volante», pp. 32-37, clarinette

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1- « Adivinhe quem ele procura? » (p. 43, l. 2) - a pergunta retórica do narrador aproxima-o do leitor e ajuda a criar uma cumplicidade.

2- « é muito menos do que pediu aquele balonista desastrado lá do começo da história» (p. 43, ls. 7-8) - o narrador defende Santos-Dumont da injustiça no começo da história ao chamar ‘desastrado’ o balonista.

3- « Machuron tem outras preocupações. Sua barriga já está roncando e por isso não tira os olhos da cesta de comida que haviam levado. […] Antes mesmo de esvaziar a cesta, Machuron já havia amarrado um guardanapo no pescoço. Está pronto para encher a pança. » (p.44 ls. 24-25, 28-30) - o narrador refere-se de maneira depreciativa a Machuron o que leva o leitor a ficar com melhor impressão de Santos-Dumont.

3- « Durante toda a viagem, Alberto não sente um pingo de medo. Não tem enjôo nem vertigem » (p.45, ls. 24 e 25) - o narrador destaca o ar heróico e corajoso de Santos-Dumont dizendo que ele não teve nem medo, nem enjoo, nem vertigens.

In «Piquenique nas nuvens», pp. 40-45, danisol
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1- « Quanto tempo você acha que Alberto leva para ir atrás de um fabricante que fizesse um balão para ele? Agora que você já conhece melhor o rapaz, pode arriscar um palpite. Um ano, um mês, uma semana? » (p. 51, ls. 1-4)- o narrador faz esta pergunta retórica para se aproximar de novo do leitor. A questão também lhe permite destacar o carácter do seu herói que não quer perder tempo e quer voar já, não quer esperar um minuto mais!

2- « Para que um baita balão se ele quer voar sozinho e o seu peso não passa de cinqüenta quilos? Não é que ser baixinho e magrinho pode ser uma grande vantagem ?» (p. 51, ls. 11-13) - Alberto quer criar o seu próprio balão o mais leve possível. O narrador destaca aqui que o facto de Santos-Dumont ser baixinho e magrinho podia ser uma vantagem para concretizar o seu sonho.

3- « Mas quem pode com aquele brasileiro cheio de ideias ?Alberto prova por A mais B que o seu projeto dará certo. » (p. 51, ls. 26-27) - o narrador demonstra que Santos-Dumont é muito obstinado quando quer qualquer coisa, ele tem a certeza que o seu projecto vai funcionar e prova-o perante Lachambre que acaba por fazer o que Santos-Dumont lhe pede. A pergunta retórica destaca a força de vontade do franco-brasileiro.

In «Eu quero um balão só para mim», pp. 48-52, DAPVDM

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1- « Mas, antes de contar como foi, vamos combinar um negócio? Agora que Alberto já voou várias vezes e que está prestes a ganhar seu próprio balão, vamos chamá-lo pelo sobrenome Santos-Dumont? […] Combinado, então.» (p.57, ls. 1-4, 6) – temos de novo a cumplicidade narrador-leitor, o primeiro pede compreensão ao segundo para aceitar esta “mudança” de nome, um pedido que o narrador não deixa de justificar.

2- « Santos-Dumont sente medo. Para você ver que mesmo as pessoas corajosas têm medo. A diferença é que elas encaram esse sentimento.» (p. 57, ls. 28-30) – o narrador volta a defender o seu herói e a comunicar directamente com o leitor.

In «Um baita susto», pp. 54-58, vpv

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1- « Não vai ser um sustinho à toa que fará Santos-Dumont voltar atrás. Ele continua firme no sonho de voar por conta própria.» (p. 63, ls. 1-2)

2- « E Santos-Dumont dando mostras da sua genialidade.» (p. 63, ls. 8-9)

3- « Prático, não ?» (p. 63, l. 17)

4- «Não é verdade mas tudo bem.» (p. 63, l. 19)

5- « Voar de balão é legal.» (p. 63, l. 22)

6- « Um génio ? Parece que temos a pessoa certa.» (p. 63, ls. 29-30)

7- « Porque não ?» (p. 63, l.31)

8- « Só que o primeiro balão a gente nunca esquece.» (p. 64, l. 5)

Com essas marcas o narrador chama a atenção dos leitores formulando perguntas ( Prático, não ?, Porque não ?, Um génio ? ), dá a sua opinião ( Parece que temos a pessoa certa e Voar de balão é legal ), nota-se que ele ficou fascinado com a coragem e a inteligência de Santos-Dumont ( E Santos-Dumont dando mostras da sua genialidade).

In «O primeiro balão a gente nunca esquece», pp. 61-64, lisi

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1- «E o balão?» (p. 70, l. 5) – a pergunta retórica «assegura» a comunicação entre o narrador e o leitor, uma forma de o primeiro manter o segundo dentro da história.

In «Tombo 1», pp. 66-70, elo_fervenca

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1- «É um dândi , como são chamados os rapazes elegantes de sua época» (p.75, l. 12) - o narrador não é neutro porque não hesita em chamar dândi a Santos-Dumont por causa da sua elegância, por estar bem vestido, de acordo com a moda.

2- «Mas quem pode com aquele brasileiro? Teimoso como ele só, convence Lachambre mais uma vez.» (p.76, ls. 14-15) - o narrador mostra admiração por Santos-Dumont quando faz a pergunta retórica e quando diz «Teimoso como ele só» salientando assim que quando o seu protagonista tem uma ideia não a abandona, é persistente.

In «As boas ideias surgem em qualquer lugar», pp. 72-76, ezkeziel

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1- «Muy amigo, hein?» (p. 81, l. 7) – mais uma pergunta retórica do narrador, mais um piscar de olhos para o leitor! Funciona como um comentário ao que está a acontecer na história.

2- «Caramba, é exactamente como empinar uma pipa gigante!» (p. 82, ls. 18-19) – o uso de «caramba», palavra do registo de língua familiar, denuncia a proximidade narrador-leitor e “deixa ver” as emoções do primeiro.

In «Tombo 2», pp. 78-82

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1- «A gente, que já conhece Santos-Dumont, nem estranha quando…» (p. 87, l. 11) – “a gente” associa o narrador ao(s) seu(s) leitor(es) evocando conhecimentos comuns a ambos quebrando mais uma vez se pretende eliminar qualquer distância entre o primeiro e o seu público. Há também uma “verificação” do grau de atenção com que o leitor está a ler a obra, quem está a ler bem “já conhece Santos-Dumont”.

2- «Puxa, isso já está virando carne de vaca.» (p. 87, l. 15) – mais um comentário num registo de língua familiar (“puxa”) que contribui para a proximidade narrador-leitor.

In «Tombo 3», pp. 84-88

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1- «O barulho do motor é um pouco esquisito...» (p. 94, l. 7) - a marca do narrador é "um pouco esquisito" porque o narrador exprime o seu sentimento sobre a cena.

2- «Lembra que ele e Machuron desceram no bosque de Alphonse, irmão de Edmond lá no começo da história» (p. 94, l. 16) - o narrador dirige-se directamente ao leitor solicitando a memória deste relativamente ao que já aconteceu na história

3- «Uma das vizinhas de Edmond é a princesa Isabel, aquela mesma que assinou a lei Áurea, dando liberdade aos escravos.» (p. 94, ls. 27-28) - a marca do narrador é "aquela mesma", o narrador dá uma informação num tom particularmente próximo da oralidade, como se estivesse diante do leitor e visse a dúvida na cara deste.

In «Tombo 4», pp. 90, SLB

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1- «Já sabemos que Santos-Dumont é duro na queda. Essa expressão não é a cara dele? Portanto, bobagem achar que vai desistir do prêmio.» (p. 101, ls. 1-2) - o uso da primeira pessoa do plural une mais uma vez narrador e leitor, estão juntos nesta aventura! Daí mais uma pergunta retórica que denuncia a cumplicidade entre ambos, daí mais uma palavra, ‘bobagem’ do registo de língua familiar. A obra mais não é do que uma conversa entre amigos.

2- «Nosso herói» (p. 101, l. 26) – de novo o uso da primeira pessoa do plural com um significado idêntico ao indicado em 1. Desta vez visível não no verbo, mas no uso do determinante possessivo. O herói não é só do narrador, o herói não é só do leitor: Santos-Dumont “pertence” a ambos!

In «Tombo 5», pp. 98-102

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1- «Você pensa que os juízes chegam com cara de sono? Pois errou.» (p. 107, l. 9) - o narrador faz uma pergunta ao leitor e responde. Está à vontade para corrigir o “seu amigo”!

2- «Dessa vez, os dorminhocos» (p. 107, l. 10) - o narrador trata os juízes de dorminhocos dando assim a sua opinião sobre os mesmos.

3- «O que pode dar errado?» (p. 107, ls. 16-17) - o narrador faz uma pergunta para suscitar a curiosidade no leitor.

4- «O pessoal do Aeroclube leva um tempão para decidir.» (p. 108, l. 8) – o aumentativo de tempo destaca a duração da espera de Santos-Dumont. Talvez possamos aqui ver o indício de uma crítica à lentidão dos juízes da prova.

In «O Prêmio vai para…», pp. 104-108, mxmu
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1- «se alguém não sabe» (p.113, l. 7) – continua o diálogo informal entre o narrador e o o seu público leitor. O narrador vai-se certificando de que o leitor está a perceber tudo o que se lhe diz.

2- «Até a viúva de Napoleão III, a imperatriz Eugênia, chega sem avisar numa carruagem para ver as diabruras de Santos-Dumont entre o céu e o mar.» (p. 113, ls. 19-21) – o narrador destaca a importância de Santos-Dumont referindo as personalidades que o vêm ver, “até a imperatriz Eugénia”. As “diabruras” é uma metáfora expressiva, as tentativas para voar de Santos-Dumont são comparadas a diabruras, é um modo carinhoso de referir a actividade do protagonista. O narrador gosta do seu herói e isso vê-se na maneira como fala dele!

3- «Como desgraça pouca é bobagem» (p. 114, ls. 16-17) – frase feita que está em harmonia com o registo de língua usado que de familiar desce ao popular. O narrador está entre amigos, bem pode exprimir-se dessa forma!

4- «Só faltava essa, Santos-Dumont ser confundido com um pombo gigante!» (p. 114, ls. 19-20) – comentário gracioso do narrador.

5- «Ah esse Alberto! Estou falando do nosso Alberto. Alberto Santos-Dumont.» (p. 114, ls. 28-29) – comentário que exprime a admiração do narrador por Santos-Dumont.

In «Tombo 6 ou os dois Albertos», pp. 110-114, micah
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1- «Mas cadê outros dirigíveis para encarar o desafio?» (p. 119, l. 7) - esta pergunta retórica permite salientar com ironia que Santos-Dumont era tão bom que ninguém ousava concorrer ao lado dele.

2- «Desculpe, não resisti ao trocadilho.» (p. 119, ls. 12-13) - esta intervenção permite uma aproximação narrador-leitor (a cumplicidade entre ambos é alimentada) e permite também pôr em destaque o trocadilho (com o objectivo de fazer rir o leitor mais distraído que não tivesse reparado/compreendido esse jogo de palavras).

3- «Ah, sim. Você quer saber sobre o Santos-Dumont nº 8? Fique sabendo que a história é misteriosa.» (p. 119, ls. 16-17) - o narrador volta a interpelar o leitor trazendo-o de novo para a história, procurando interessá-lo pelo que está a ser dito.

4- «A gente sabe que essa história de superstição é tudo bobagem. Gozado que o acidente sobre o Hotel Trocadero foi no dia 8 de agosto, ou seja, no dia oito do oitavo mês do ano, mas vamos deixar isso pra lá. Superstição é bobeira. Cruz-credo, pé de pato, mangalô três vezes! Sai, azar! Bata na madeira imediatamente. Toc, toc, toc. Eu já bati.» (p. 119, último §) - o narrador diz que não é supersticioso, mas na realidade acaba por sê-lo um pouco. Prova disso é o facto de dizer duas vezes que não acredita em superstições e logo a seguir ser incapaz de ignorar o que dizem e fazem os supersticiosos.

5- «Ideia genial, hein?» (p.120, l. 15) - o narrador fala de novo com os leitores, exprime a sua opinião revelando a sua admiraçao por Santos-Dumont.

In «Uma ideia de tirar o chapéu», pp. 116-120, turma
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1- «Claro que não é verdade. […] Mas, perdão pela franqueza» (p. 125, ls. 12-13) - o narrador não quer ser muito duro com Santos-Dumont, mas diz a verdade. O leitor sabe assim que pode confiar em quem lhe conta a história, ie o narrador ganha credibilidade aos olhos de quem lê, merece a nossa confiança.

2- «Santos-Dumont vira motivo de riso e fofoca. Um prato cheio para os invejosos. Será que ele não é mais o mesmo? Para onde foi aquela coragem, aquela determinação? Será que ele está acabado?» (p. 125, ls. 21-23) -

3- «Isso mesmo, […] Por que ele não pensou nisso antes? Veja a explicação do próprio Santos-Dumont» (p. 125, ls. 26-27)

4- «Como assim? Quando todo o mundo pensa em aeroplanos, ele constrói mais um dirigível? Que grande novidade!» (p. 126, ls. 8-9)

5- «Rá, rá, rá. Como é tolinha essa gente.» (p. 126, l. 12)

6- «Deixe que riam. Como é mesmo aquele ditado sobre quem ri por último?» (p. 127, ls. 2-3)

In «A imaginação é mais leve que o ar», pp. 121-127, turma

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1- «Entendeu agora por que Santos-Dumont vinha se ocupando de empinar pipas?» (p. 133, ls. 5-6) - o narrador intervém tentando conversar com o leitor e verificar que este entendeu o que foi dito.

2- «Mas, se você olhar para uma foto em que ela aparece bem de frente, vai ver que os franceses têm toda a razão.» (p. 133, ls. 11-13) – de novo o diálogo com o leitor que não pára de ser interpelado. Não podemos fugir da história de Santos-Dumont de modo nenhum!

3- «Só que o pobre do bicho, teimoso por natureza» (p. 133, l. 17-18) – temos aqui um aparte do narrador que dá graça ao que está a ser narrado. Entre amigos, estamos à vontade!

4- «Seja como for, a distância é muito maior do que os 25 metros exigidos por Archdeacon.» (p. 135, ls. 3-5). - o narrador diz o que pensa e até parece que está 100% de acordo com o que diz defendendo o seu herói ("seja como for (…) é muito maior..").

5- «Hoje, cem anos depois, sabemos que, sem esse "pulinho", os jatos não estariam cruzando, os céus sobre as nossas cabeças.» (p. 135, ls. 8-10) - o narrador explica-nos que se não fosse Santos-Dumont, os jatos não poderiam hoje voar. É a opinião dele que destaca mais uma vez a importância da invenção de Santos-Dumont.

In «Um pulinho de 60 metros», pp. 129-135, vicky
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1- «Lá está o engenheiro Louis Blériot num avião construído com a ajuda de Gabriel Voisin sem que Santos-Dumont soubesse. Ah, não se pode confiar em ninguém no mundo das invenções!» (p. 141, ls. 8-11) - com isto, o narrador quis mostrar que Louis Blériot ajudou Santos-Dumont, mas que depois, sem dizer nada, foi ajudar outro concorrente. O protagonista estava rodeado de todo o tipo de pessoas e o seu sucesso ainda ganha mais valor.

2- «Sempre cavalheiro» (p. 141, l. 12) - o narrador destaca a imagem de cavalheiro de Santos-Dumont, com estas palavras tenta dar-nos a mesma impressão.

3- « Belo e fagueiro » (p. 141, l. 17) - mais uma vez, o narrador continua demonstrando a grande admiração que sente por Santos-Dumont.

4- « Não é um pulinho mas um pulão » (p. 141, ls. 29-30) - o narrador quer convencer-nos que o que Santos-Dumont fez não consistiu apenas na realização do seu sonho de voar, foi muito mais que isso. A sua invenção marca o início de uma nova era, virou-se uma página na história da humanidade! A partir dali vai poder construir-se aviões, naves espaciais…

5- « Sabe aquela frase famosa dita pelo astronauta Neil Amstrong, o primeiro homem a pisar na Lua ? Ele disse: «Um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade. Troque “pequeno passo” por pulinho e “salto gigantesco” por pulão e você terá a medida exata da proeza de Santos-Dumont. De pulo em pulo, Santos-Dumont e o 14-bis abriram as portas para a aviação e as viagens espaciais.» (p. 142, ls. 1-7) - o narrador mostra que Santos-Dumont ao concretizar este enorme feito abre o caminho para uma nova era, idêntico ao feito de Neil Amstrong (todos falam do americano, mas do brasileiro…). As distâncias começaram a tornar-se mais curtas. Foi um passo que pareceu pequenino (um pulinho), mas que na realidade foi enorme, foi um verdadeiro salto que não parou mais. Hoje, a humanidade já não sonha com as viagens entre países, quase todos já as fizeram pelo menos uma vez, hoje fala-se em ir de férias para o espaço. Santos-Dumont tem a sua responsabilidade nisso e o narrador não esquece de sublinhá-lo muito bem no final do seu livro! O leitor está convertido. As familiaridades podem dar nisto!

In «Um pulão para a humanidade», pp. 138-142, yoyox

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