sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Vamos escrever uma crítica sobre este espetáculo que fomos ver?










A partir da peça de Jean Giraudoux, Ondine (1939), a turma de 9º ano redigiu o texto argumentativo em jeito de crítica. A primeira etapa do trabalho foi a planificação do texto a escrever procurando equilibrar no levantamento dos aspetos positivos e negativos.
Argumento a defender: vale a pena assistir a esta peça de teatro “ Ondine”

Introdução
Apresentação da peça, do dramaturgo e do argumento do nosso texto
Desenvolvimento
Cf tabela “pontos positivos e pontos negativos”
Conclusão/Desenlace
Normalmente, não apresenta ideias novas, retoma as ideias importantes do desenvolvimento

Pontos positivos
Pontos negativos
  • alguns atores representavam o seu papel com graça (Bertram, Mordomo...)
  • o final da peça (a morte do protagonista Hans agrada porque não é frequente um final infeliz nas histórias)
  • o guarda-roupa era bonito, cada personagem usava algo bastante adaptado ao seu papel
  • a luminotecnia (efeitos de luz) e a sonoplastia (efeitos de som) estavam particularmente bem adaptados à ação
  • o cenário estava bem feito
  • o facto dos atores, depois da representação teatral, virem repetidamente ao palco para receber os aplausos do público tornou-se engraçado pois parecia que estavam à procura de glória
  • o caráter de Ondine era bastante engraçado na medida em que a sua sinceridade, simplicidade e inocência se contrapõem a todos os outros seres que povoam a peça
  • a duração da peça ainda por cima sem intervalo (muito longa)
  • a mudança de cenário foi feita diante do público, portanto os elementos retirados/adicionados foram escassos/reduzidos. Tal facto não permite ao público perceber bem que o espaço mudou.
  • Poucas personagens em cena
  • No início da peça é difícil perceber logo a ação
  • Algumas cenas não eram interessantes (como por exemplo a cena inicial onde nos surge o casal velho à beira de casa por ser difícil de perceber)
  • Algumas falas do casal protagonista eram demasiado longas e difícil de serem entendidas
  • As personagens não ocupavam todo o palco
  • As falas das personagens estavam carregadas de informação e tornou-se difícil reter tudo
  • Não se percebe bem a relação entre Ondine e o mordomo
  • A acústica da sala, ou o tom de voz dos atores, talvez expliquem que nem todas as falas se percebessem.
 

 APRECIAÇÃO CRÍTICA

 “Ondine”, uma peça de Jean Giraudoux levada à cena pela primeira vez em 1939, conta a história de um amor impossível entre uma ondina e um cavaleiro, Ondine e Hans. Se este pertence ao mundo dos mortais, já Ondine é um ser aquático. Ao longo do enredo, o casal tenta unir-se mas sem sucesso, o mundo inocente de Ondine opõe-se profundamente ao mundo de Hans, dos seres humanos, marcado pela falsidade e pela hipocrisia. No dia 4 de novembro de 2016, fomos assistir a esta peça de teatro no Théâtre Alexandre Dumas, em Saint-Germain-en-Laye. Vejamos agora por que motivo nos parece interessante assistir a este espetáculo montado pela companhia du Catogan numa encenação de Gwenhaël de Gouvello.

Este espetáculo dramático suscita diversas reações da parte do público espetador que verá certamente vários aspetos positivos ao lado de aspetos negativos sem que isso ponha em causa o interesse em assistir a esta peça. Se por um lado a duração do espetáculo pode ser sentida como algo fastidioso por alguns, já que a representação é longa e sem intervalo, por outro lado, há quem não dê pelo tempo passar contribuindo para isso a graça com que alguns atores representam o seu papel, o guarda-roupa bem adaptado a cada personagem, a beleza do cenário, a luminotecnia e a sonoplastia bem conseguidas, com os seus efeitos de luz e de som respetivamente, adaptados à intriga. É verdade que não há muitos atores em palco e que o cenário é bastante simplista podendo levar a que nem sempre seja óbvio perceber a mudança de espaço que ocorre aquando da mudança de ato. Também é verdade que nem todos entrarão facilmente na história, ou porque os diálogos iniciais não são sempre claros – nomeadamente a conversa do casal dos pais já velhos de Bertha, a outra “mulher” de Hans –, ou porque as falas de alguns personagens, por vezes extensas e carregadas de informação, são difíceis de reter, ou ainda porque a acústica da sala e o tom de voz dos atores dificultam a audição de tudo o que se diz em palco. No entanto, temos de reconhecer que o desenlace da história que Giraudoux nos quis contar com a sua “Ondine” é bastante bem conseguido, ainda que triste - os dois apaixonados não podem unir-se – o que pode contribuir para a transmissão eficaz da mensagem da obra. O público sai da peça lamentando o fim do casal e, talvez, quem sabe, questionando-se sobre o porquê da impossibilidade daquele amor entre uma mulher muito sincera, ingénua e verdadeira que não consegue ter espaço num mundo falso e hipócrita que o dramaturgo acaba por matar, um pouco, através da morte de Hans. É que não deixa de ser igualmente verdade que o caráter de Ondine, bastante engraçado pela sinceridade, simplicidade e inocência que o caracterizam, se contrapõe a todos os outros seres que povoam a peça tocando o público, levando-o, quem sabe, a mudar de comportamento.

Para concluir, podemos dizer que apesar de não termos apreciado alguns aspetos, gostámos muito de assistir a esta peça de teatro, de descobrir a história de amor impossível entre Ondine e Hans de mundos e valores diferentes. Este espetáculo é interessante e foi bem pensado: a não perder!

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