Na sequência do espetáculo, os alunos debateram sobre a peça na aula e coletivamente redigiram a apreciação crítica. Aqui fica o resultado do trabalho realizado:
No dia 24 de março de 2015, fomos assistir ao
espetáculo “Dans la peau de Cyrano”
da companhia La Cie qui va piano. Com Nicolas Devort entramos numa escola com o
protagonista Colin, um rapaz gago, órfão de pai, envergonhado e discreto.
Nicolas Devort é polivalente no sentido em que representa não só Colin, mas
todo o elenco que desfila diante do público durante uma hora e meia. Esta peça
de teatro teve momentos bastante fortes e outros pouco conseguidos. Vamos ver
quais.
O único ator em palco representa bastante bem sete
personagens, atribuindo-lhes características individualizantes. As transições
entre os personagens foram bem feitas, mesmo se por vezes eram rápidas e algo
repetitivas.
O preto domina o palco e o guarda-roupa,
uma forma de levar o público a concentrar-se no discurso dos diferentes
personagens representados. Uma estratégia que permite deixar livre a imaginação
do público, mas que peca por falta de cor.
A música e a ilustração musical da peça
passa pela viola de Colin: quando toca viola, e diga-se de passagem que toca
muito bem, Colin perde a sua gaguez; à medida que o espetáculo avança, Colin
vai ganhando confiança e segurança, a gaguez vai desaparecendo e as transições
musicais entre cenas são cada vez mais longas. A música está assim carregada de
significado.
A iluminação limitou-se a um foco amarelo
centrado no ator; pontualmente serviu para projetar no chão uma janela, uma
forma de mostrar que a ação deixava a escola e desenrolava-se fora dela.
A voz off que nos introduz na peça e marca
o seu final é uma estratégia interessante, mas nem sempre apreciada pelo público.
Antes de concluir esta nota gostaríamos de
mostrar o nosso desagrado pela observação final do ator relativamente ao
comportamento do público, considerado inadequado.
Esta peça aborda diferentes temas suscetíveis
de interessar os jovens a saber: a gaguez, a diferença, a morte, a relação
pais-filhos, a relação afetiva entre os jovens, o bullying. Um bom espetáculo
para os jovens a partir dos 12/13 anos!
Turma de 3e (9º ano) do PMC
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