segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

A PALAVRA DO ANO 2025 É (para os alunos de 3e/9º ano):

A lista de dez palavras candidatas para a eleição em 2025 foram as que se seguem abaixo, junto dos significados que justificaram a seleção de cada uma delas: 

agente (IA)
Os agentes de inteligência artificial têm proliferado em diferentes aplicações, como serviços públicos, educação, saúde e comunicação.

apagão
A falha do fornecimento elétrico paralisou o país, deixando milhares de pessoas sem acesso a transportes, comuicações e serviços básicos.

eleições
Após as legislativas de maio, os portugueses voltaram às urnas em outubro para votar nas autárquicas, enquanto se perfilam candidatos para as presidenciais. 

elevador
O trágico acidente com o Elevador da Glória expôs a vulnerabilidade dos sistemas históricos de transporte urbano, levantando sérias questões sobre segurança e manutenção.

flotilha
A flotilha Global Sumud reuniu embarcações de dezenas de países com o objetivo de entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

fogos 
Com mais de 250 mil hectares de área ardida, 2025 foi um dos piores anos de sempre em termos de fogos florestais. 

imigração
O tema da imigração tornou-se omnipresente, revelando um país dividido entre a necessidade de regulação e os desafios da integração. 

moderado
A dificuldade de acesso à habitação levou o governo a anunciar um pacote de medidas que gerou polémica devido ao valor das rendas moderadas.

perceção
Os dados mostram que a sensação dos portugueses a respeito de temas como segurança, saúde ou corrupção está com frequência desalinhada da realidade.

tarefeiro
O recurso a tarefeiros tem aumentado, designadamente com médicos contratados à hora para suprir carências nas urgências e outros serviços hospitalares.

Este ano as votações para eleger a PALAVRA DO ANO® decorreram até 30 de novembro de 2025 em www.palavradoano.pt e em 3 de dezembro anunciou-se a palavra que, segundo os votantes, melhor representa 2025: APAGÃO!




Esta iniciativa da Porto Editora, em parceria com a Infopédia, decorre há 17 anos e já levou à eleição das seguintes palavras

"Liberdade" (2024) 

"professor" (2023) 

"guerra" (2022)

"vacina" (2021)

"saudade" (2020)

"violência doméstica" (2019)

"enfermeiro" (2018)

"incêndios" (2017)

"geringonça" (2016)

"refugiado" (2015)

"corrupção" (2014)

"bombeiro" (2013)

"entroikado" (2012)

"austeridade" (2011)

"vuvuzela" (2010)

"esmiuçar" (2009)

in https://www.portoeditora.pt/noticias/qual-sera-a-palavra-do-ano-reg/234126

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Os alunos de 3e/9º ano foram desafiados a escolher a palavra do ano 2025, a partir da lista da Porto Editora, apesar da viverem longe de Portugal. Apresentam-se a seguir os votos deles:






Ao escolherem a palavra do ano também indicaram aquela que não lhes parecia ser pertinente para representar 2025:


Podem ler-se a seguir algumas justificações dadas aquando da escolha/rejeição de algumas das palavras da lista proposta pela PE:



JUSTIFICAÇÃO Nº 1

Eu decidi colocar a palavra “fogos” em primeiro lugar porque, no meu caso, tem um significado particular, pois, durante as férias de verão, na região onde vivem os meus avós, houve muitos incêndios. Contrariamente ao apagão, eu estava em Portugal quando aconteceram os incêndios e até ajudei a apagar os que rodeavam a minha aldeia. Por isso, também, decidi colocar a palavra “apagão” em segundo lugar. De facto, quando a luz voltou, esqueceu-se rapidamente o apagão, enquanto os fogos não se esqueceram tão depressa já que deixaram as serras negras e despidas. Foi esse aspeto pessoal que me fez colocar essas duas palavras antes de “agente IA”. Mesmo se os agentes (IA) são uma verdadeira revolução, referem algo mais “abstrato” nas nossas vidas. Por enquanto ainda não são tão perigosos como os fogos que alastram pelo mundo e que destroem magníficas paisagens. Os “agentes IA” parecem-me refletir mais a atualidade do que, por exemplo, a palavra “imigração” daí eu ter-lhes atribuído a terceira posição.

(RPB)

 

JUSTIFICAÇÃO Nº 2

Na minha opinião, a melhor palavra para representar o ano de 2025 é “agente (IA)”. De facto, neste ano, a inteligência artificial desenvolveu-se bastante, atraindo muitas vezes vários problemas, como na educação: os alunos usam cada vez mais a inteligência artificial para fazer os trabalhos de casa ou, pior, para fazer os testes. Eu acho esta palavra mais importante que os “fogos”, que eu pus em segundo lugar, mesmo se eles me afetaram particularmente porque, no verão, quando fui a Portugal, fomos caminhar nos passadiços de Arouca e tudo à volta estava queimado e o calor era insuportável. Como fomos de carro, atravessámos também o Sul da França que, neste período, estava igualmente afetado com fogos, várias estradas estando fechadas. Podíamos cheirar o cheiro dos incêndios e do fumo. O “apagão” também me marcou bastante, embora menos que os dois primeiros, pois a minha família em Portugal viveu isso e vendo, o que ele provocou, nas notícias, nem podia imaginar o que os meus familiares viviam, mesmo se durou pouco tempo, sem acesso a serviços básicos. Apesar disto, eu acho que a IA representa mais este ano de 2025 porque, sobretudo na escola, todos falam das consequências desta inovação.

(JBG)

 

JUSTIFICAÇÃO Nº 3

A palavra que escolhi como sendo a melhor representação do ano 2025 é a palavra “flotilha”. Ao contrário de outros assuntos apresentados nesta eleição, é um tema que já conhecia antes. A flotilha é importantíssima no caso da situação atual do mundo. Conhecendo o conflito entre Gaza e Israel sinto-me muito orgulhosa por ver Portugal e outros países ajudarem as pessoas que precisam. Acho que o tema da “agente (IA)” é também um tema bem internacional já que vemos muitos sítios internet a participar na evolução da IA. Não sou uma verdadeira fã de IA, mas acho que ela pode ser útil em áreas como a medicina, a história, etc… No caso do “apagão”, eu não escolhi realmente essa palavra para o terceiro lugar por causa da sua importância em Portugal, mas porque eu conhecia esse assunto e eu estava no Sul da França quando esse acidente aconteceu.

Só espero só que a palavra “flotilha” vença, por causa das dificuldades horríveis do povo de Gaza!

(EB)

 

JUSTIFICAÇÃO Nº 4

Eu coloquei a palavra “eleições” na última posição porque eu acho que não é tão grave como o acidente do elevador da Glória que “custou vidas”. E mesmo se a palavra “elevador” nos faz refletir sobre a vulnerabilidade das máquinas, consegue ser menos relevante do que a palavra “perceção”. Na verdade, o facto de as opiniões dos portugueses estarem frequentemente desalinhadas da realidade é algo muito problemático. Outra razão que me levou a colocar a palavra “eleições” na última posição é o facto das eleições serem frequentemente muito polémicas ao longo da história, isso não é uma novidade. Na minha opinião, estas três palavras são as menos importantes das dez palavras propostas para eleição, porque eu penso que evocam problemas que se resolvem mais facilmente do que, por exemplo, os incêndios.

(RPB)

 

JUSTIFICAÇÃO Nº 5

Para mim, a pior palavra para representar o ano de 2025 é “moderado”, pois eu nunca tinha ouvido falar sobre as medidas que geraram polémica. Mesmo depois de me ter informado, eu acho que essa palavra não poderia representar este ano. A palavra “tarefeiro” fica no penúltimo lugar porque, mesmo se já ouvi falar, não me interessa este tema, apesar de estar consciente que isto pode ser injusto em muitos casos, pois os tarefeiros não têm salário fixo e são pagos à tarefa, podendo assim ser mal pagos. Por último, eu pus a palavra “perceção” no oitavo lugar porque me marcou mais do que as outras duas, mesmo se não ouvi falar muito deste assunto. Quando o meu irmão partiu o pulso na ginástica, ele teve de esperar no hospital durante seis horas antes de pôr o gesso. Ele contou-me que havia muita gente, com problemas menos graves do que o dele, que reclamava na sala de espera e era insuportável, pois elas exageravam e acabavam por incomodar todo o mundo. A sensação delas estava com frequência desalinhada da realidade.

(JBG)

 

JUSTIFICAÇÃO Nº 6

Na minha opinião, a palavra “moderado” é a menos interessante dessa lista. Pode ser importante em Portugal, com certeza, mas eu acho que é só uma contestação fútil de proprietários ricos. Parece-me que esse assunto não é tão essencial como os outros dessa lista. No caso do “elevador”, acho que refere uma história trágica, porque houve mortes, mas, a importância desse acidente não é capital. Nunca ouvi falar desse acontecimento antes de ter visto essa eleição da palavra do ano e não a pus em último lugar só por respeito pelas pessoas que morreram. Finalmente, para a palavra “imigração” tenho a dizer o seguinte: acho que é um assunto importante, quase mundial para os países acolhedores dos refugiados, mas, já falámos tanto desse assunto no passado... Em França, também não passa um dia sem ouvirmos falar sobre imigração. Eu, claro, tenho pena dos refugiados, obviamente, mas só acho que é um assunto demasiado abordado e por isso coloquei a palavra que o refere em oitavo lugar.

 

(EB)

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

E A PALAVRA DO ANO 2025 VAI SER...

No final de 2025 foram anunciados pela Porto Editora os vocábulos candidatos à votação da PALAVRA DO ANO® 2025. A lista de dez palavras faz um retrato da vida coletiva em Portugal ao longo do ano. Trata-se de uma iniciativa da Porto Editora e "tem como principal objetivo sublinhar a riqueza lexical e o dinamismo criativo da língua portuguesa, património vivo e precioso de todos os que nela se expressam, acentuando, assim, a importância das palavras e dos seus significados na produção individual e social dos sentidos com que vamos interpretando e construindo a própria vida." (in https://www.youtube.com/watch?v=wJek6Yla9fk, consultado a 24-11-2025).


sexta-feira, 21 de novembro de 2025

E se os alunos só pudessem utilizar o telemóvel meia hora por dia?

 Concordas com esta imposição?

Aos alunos do 8º ano foi pedida uma opinião acerca deste assunto evocado na obra de Margarida Fonseca Santos, Sem rede. Tiveram assim que escrever um texto em que apresentassem a opinião deles sobre assunto, com um mínimo de 80 e um máximo de 150 palavras.

texto de opinião tinha de estar dividido em três partes:

na introdução, apresentavam o ponto de vista deles;

no desenvolvimento, referiam, pelo menos, uma razão que justificasse esse ponto de vista;

na conclusão, reforçavam o ponto de vista.


Eis as opiniões que surgiram na sala de aula:


OPINIÃO 1

 

Eu concordo com a decisão dos professores [cf. Sem rede] porque eu acho que uma meia-hora de telemóvel por dia é suficiente, não é necessário que os adolescentes passem mais tempo, diariamente, no telemóvel.

    Essa regra permite que os jovens falem mais uns com os outros, que aproveitem a natureza e os lugares que visitam com a escola, que descubram novas pessoas e se desconectem do mundo virtual.

    Essa limitação permite descobrir novas formas de se divertir sem usar o telemóvel porque as pessoas, e mais especificamente os jovens, usam excessivamente o telemóvel. (93 palavras / MP)

 

OPINIÃO 2

Eu não concordo com esta imposição pois, do meu ponto de vista, considero que meia hora por dia de utilização do telemóvel não é suficiente para os alunos.

Atualmente, a maioria dos jovens usa o telemóvel diariamente, seja para comunicar, para se divertir ou até para organizar o seu dia. Entendo a vontade e estratégia dos professores e dos pais, porém acho que limitar o uso a apenas trinta minutos é muito rigoroso. Seria mais equilibrado permitir o uso do telemóvel em momentos livres, como antes das refeições ou durante as viagens de autocarro [numa visita de estudo]: quando os alunos não estão envolvidos em atividades.

Em conclusão, eu acho que os professores, na imposição criada, poderiam ter acrescentado, no mínimo, trinta minutos por dia. Assim os alunos poderiam ligar para os amigos que tinham sido enviados para outro grupo ou poderiam usar o telemóvel para se divertirem. (148 palavras / LUG)

 

OPINIÃO 3

Concordo com esta imposição, porque os alunos devem aproveitar a visita de estudo em vez de ficarem sempre nos telemóveis. Se fosse permitido usar os telemóveis o dia todo, estariam menos atentos às atividades planeadas pelos professores.

Os jovens estão atualmente viciados nos telemóveis, como se fossem fumadores, não conseguem viver sem o telemóvel, o que está errado. Se os telemóveis forem proibidos ou, como dito no texto, só puderem ser usados durante meia hora por dia, os alunos vão perceber que a vida é mais do que um écran. Sem ter acesso aos telemóveis o dia inteiro, podem aprender mais sobre a vida e dar valor às “coisas”. Poderão brincar, a jogos adequados à sua idade: ao futebol ou às escondidas… em vez de ficar nos telemóveis.

Na minha opinião, se os alunos só puderem utilizar o telemóvel meia hora isso irá beneficiá-los e ajudá-los a serem melhores pessoas. (150 palavras / LN)

 

OPINIÃO 4

 

Na minha opinião, eu não concordo que os alunos só usem o celular apenas essa meia hora diária.

Esse tempo é muito curto. Não dá para aproveitar muito. Quando eu quero ligar para uma pessoa da minha família, por exemplo, eu preciso de pelo menos uma hora para conversar. E quando eu quero ver vídeos de algo de que gosto em um aplicativo também preciso de mais tempo do que apenas meia hora. Só que, na situação descrita no texto, é verdade que, como os alunos foram para um passeio, é bom eles aproveitarem o máximo possível esse passeio, em vez de ficarem grudados no celular.

Portanto, para mim, os alunos deveriam ser autorizados a ficar uma hora por dia no celular. Seria o tempo perfeito. (126 palavras / RSN)

 

 

OPINIÃO 5

 

Eu acho que esse texto é uma forma de mostrar que a minha geração é viciada nos eletrônicos. O texto funciona como uma lição de moral mostrando como os adultos se preocupam com as suas crianças e adolescentes e tentam resolver esse problema levado a sério.

Os jovens da minha época, sem os telemóveis, não conseguem e não sabem se exprimir corretamente. Mais tarde, a geração Beta pode desenvolver depressão por usar muita tela e desenvolver pouco raciocínio lógico.

O texto mostra a realidade dos jovens da atualidade. Eu considero esse texto como uma crítica construtiva capaz de mostrar os problemas causados e como resolver esse excesso de tela. (109 palavras / JG)

 

OPINIÃO 6

Eu penso que é uma boa idea ter meia hora de telemóvel por dia. Assim, os alunos podem aproveitar mais a visita de estudo e podem descobrir mais “coisas” que não conheciam.

Os alunos precisam de ver o que se passa à volta deles sem estarem só a olhar para o telemóvel. Acho que é uma boa ideia controlar o tempo com o telemóvel, porque vai ajudar a diminuir a dependência dos jovens em relação ao telemóvel. Penso que vão aproveitar mais as descobertas que vão fazer durante a visita de estudo.

Por isso que eu penso que é uma boa ideia reduzir o tempo diante dos écrãs, porque vai ajudar os alunos a aprender mais e a ficarem menos dependentes dos telemóveis. (123 palavras / EMS)

 

OPINIÃO 7

Concordo com esta imposição dos alunos só poderem utilizar o telemóvel meia hora por dia, porque, hoje em dia, não brincam e nem saem por conta dos écrãs. Ficam o dia todo a olhar para a tela, como se dependessem daquela caixa tátil miniatura para sobreviverem.  Como se o mundo real não existisse mais e a vida rodasse em torno do telemóvel.

Na visita de estudo, os alunos podem conhecer novos lugares e viver muito mais aventuras saindo e explorando, do que se estivessem sentados e parados vendo telemóvel. Além disso, ficar muito tempo sentado sem fazer nada faz mal à saúde. Os jovens têm que aprender a viver uma vida saudável e divertida.

Essa é minha opinião! Os adolescentes vão crescer e virar adultos, mas adultos dependentes da tecnologia não vão longe. Eles precisam começar a serem fortes e independentes, porque um dia os filhos seguirão os seus exemplos. (150 palavras / LSM)

 

OPINIÃO 8

Os alunos só poderão utilizar o telemóvel durante meia hora por dia, e isso é uma boa ideia!

 Dessa forma, os alunos terão oportunidades de conhecer novas pessoas, aprender coisas novas e divertir-se. Sem o celular, os alunos poderão aproveitar melhor a viagem e até perceber como é a vida fora da internet. Permitir que os alunos usem o celular por meia hora ao dia garante que eles possam registrar momentos importantes e comunicar-se quando necessário, sem perder a atenção nas atividades.

Esse limite, na minha opinião, ajuda a evitar distrações e faz com que todos aproveitem o passeio. (99 palavras / LOG)

 

OPINIÃO 9

Eu acho que é bom utilizar o telemóvel só meia hora por dia,porque os alunos não usam sempre o telemóvel para fazer coisas importantes.

Na escola, os jovens falam com amigos e jogam, mas também estão, por vezes, sempre no telemóvel durante as aulas. Isso distrai os alunos e os professores não conseguem trabalhar bem. Além disso, penso que os alunos passam demasiado tempo nas redes sociais e deixam de aproveitar o tempo para estudar ou fazer outras atividades. O telemóvel pode ser uma distração enorme para os adolescentes, que muitas vezes não conseguem parar de o usar.

Para concluir, os professores têm toda a razão com a medida tomada na visita de estudo: deixar os alunos usar o telemóvel só durante meia hora por dia é muito mais eficaz para que eles possam concentrar-se no que de importante lhes vai ser proposto fazer e aprender na saída escolar. (150 palavras / AS)

 

OPINIÃO 10

Em minha opinião, os alunos deviam ter o direito de usar o celular mais tempo do que a meia hora diária imposta pelos professores durante a visita de estudo.

Os alunos que foram para a viagem sem serem informados sobre a condição de não poderem usar o celular, deviam ter a liberdade de usá-lo em momentos que não estivessem em atividades. Penso que os pais dando acesso à internet em casa aos filhos, já devem ser capazes de limitar o uso do celular. Se isso tivesse acontecido em casa, não teria havido necessidade de trair a confiança dos filhos escondendo deles a decisão dos professores de limitar o uso do celular. E a decisão dos professores teria sido algo menos brusco e repentino. Mesmo se a estratégia de tirar o celular pode ser uma maneira de desintoxicação “eletrónica”, existem outras maneiras de tratar do problema como dar aos alunos atividades que os mantenham interessados e focados.

Em resumo, eu acho que os alunos não precisavam de uma regra tão rigorosa e que, se os adultos lhes dessem mais liberdade em relação ao uso do celular, poderiam tornar a situação menos conflituosa conseguindo, talvez, levar os alunos a ficarem apenas trinta minutos no celular sem lhes impor uma ordem. (208 palavras / JS)

 

OPINIÃO 11

Na minha opinião, a decisão dos professores não respeita os alunos. Nenhum deles a conhecia o que muda tudo.

Primeiro, se tivessem um problema grave, como um acidente, que precisasse de uma intervenção de bombeiros, não poderiam telefonar a pedir ajuda. Seria preciso que a necessidade de telefonar coincidisse com a meia hora definida pelos adultos. E se os alunos não estivessem em segurança com um dos professores de seu grupo – violência ou intimidação – sem acesso ao telemóvel, nunca poderiam contactar alguém do exterior do acampamento para os ajudar.

Acerca do fato de separarem todos os amigos também tenho a minha opinião. Os alunos são adolescentes, estão em plena construção emocional, mental e física. Nesta idade sabe-se que os amigos são muito importantes, eles nos ajudam a evoluir, a sermos melhores e podem nos proteger. Apesar disso, os adultos separaram todos os amigos. Como conseguiram ser tão malvados? Falando de maldades, os pais de Ricardo são o melhor exemplo. Eles sabiam de tudo e não disseram nada ao filho. Pior ainda, eles insistiram e convenceram o Ricardo dizendo “É uma ideia genial, Ricardo, vais adorar!” Eu compreendo perfeitamente o desejo do pai de proteger seu filho, mas esta não é uma boa maneira. Penso que, neste caso concreto, os pais do Ricardo quebraram a relação de confiança que tinham com seu filho. No lugar do Ricardo, eu estaria furiosa, menos por perder acesso ao celular, mas mais por causa da atitude dos meus pais.

Em conclusão, não gostei do texto porque não gostei da atitude dos adultos. (257 palavras / OLS)

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

A LEITURA é uma Necessidade Básica como COMER, TER HÁBITOS DE HIGIENE...

Maurício Leite vive à procura do livro certo e criou uma Mala de Madeira itinerante para levar livros aos jovens e cativá-los para a leitura.


Os alunos do 8º ano escreveram um parágrafo onde tentaram indicar a estratégia que lhes parece mais adequada para cativar os jovens para a leitura. Tinham de justificar a sua estratégia e usar obrigatoriamente a construção DO MEU PONTO DE VISTA... DE FACTO,...


Seguem-se as estratégias:

  1. Do meu ponto de vista, para cativar os jovens para a leitura é importante usar livros com a linguagem simples, histórias divertidas e temas ligados ao seu dia-a-dia, como a amizade, as redes sociais ou as aventuras. De facto, quando a leitura é interessante e fácil de compreender, os jovens sentem mais vontade de ler. (LOG)
  2. Do meu ponto de vista, a estratégia que me parece mais adequada para cativar os jovens para a leitura é indicando-lhes livros do seu círculo de interesse. De facto, quando lemos livros com assuntos que nos interessam, a leitura fica mais divertida e aprendemos mais sobre o que nos interessa. Podemos também começar por livros curtos para depois ler livros cada vez mais longos. (LUG)

  3. Do meu ponto de vista, a leitura é muito importante. Nos ajuda a escrever melhor, treina a gente para ler perguntas de uma prova, por exemplo. De fato, com base em todas essas informações eu incentivaria os jovens a ler, explicando tudo isso para eles. E eu também falaria que eles podem escolher um livro com um tema de que eles mais gostem. (RSN)

  4. Do meu ponto de vista, a leitura pode cativar os jovens, se o texto for simples. De facto, se o vocabulário do texto não for muito complicado, o público jovem pode sentir-se mais interessado pela leitura. (JG)

  5. Do meu ponto de vista, a melhor estratégia para cativar os jovens para a leitura é escrever livros com temas que sejam interessantes. De facto, seria muito interessante que os livros abordassem temas desportivos, como por exemplo o tema do futebol. (EMS)

  6. Do meu ponto de vista, a melhor estratégia para cativar os jovens para a leitura é dar-lhes livros que “falem” sobre o que eles gostam, das suas paixões e das suas preocupações. De facto, se um jovem gostar de cantar, podemos dar-lhe um livro que “fale” sobre música. (LSM)

  7. Do meu ponto de vista, para cativar os jovens para a leitura podemos dar-lhes livros sobre temáticas que lhes interessem e, sobretudo, livros com muito suspense. De facto, quando se lê um livro com suspense a pessoa nunca pára de ler porque quer sempre conhecer o fim do livro. (MP)

  8. Do meu ponto de vista, devemos dar aos jovens livros escritos com o vocabulário usado por eles e com assuntos atuais. De facto, quando um jovem lê um livro com vocabulário juvenil e baseado na atualidade, isso vai cativá-lo. (AS)

  9. Do meu ponto de vista, intervenções de sensibilizadores na escola ajudaria os jovens a tomar consciência da grande importância dos livros. Deixá-los escolher as próprias leituras (com a validação do tema pelo professor), também seria interessante. De facto, ler uma obra de um autor, ou sobre um tema que nos interessa nos ajuda a ler. Compreendo que ler os clássicos da literatura lusófona seja importante, mas muitos desses livros são velhos, sem interesse ou simplesmente aborrecidos. Por isso eu respeito, e agradeço, que variem as leituras - tendo em conta os temas preferidos dos alunos – e desenvolvam projetos interessantes. (OLS)

  10. Do meu ponto de vista, para cativar os jovens para a leitura é dar-lhes a ler livros com imagens. De facto, isso ajuda a perceber melhor a leitura e torna o livro mais interessante. (LN)

  11. Do meu ponto de vista, a melhor estratégia para convencer os jovens a ler é apresentar a eles livros de que eles realmente gostem. De fato, quando nos identificamos com a história ou simplesmente gostamos do conteúdo, a leitura se torna divertida e mais interessante. Ninguém sente prazer ou vontade de continuar um livro que não desperta seu interesse. (JHLS)


quarta-feira, 18 de junho de 2025

EXPRESSÃO ESCRITA CRIATIVA (parte 2)

 

BELMOTRÃO GORDÃO

 

Uma ocasião, num dia de canícula, Belmotrão, o único brasileiro do beco, andava a gatinhar no passeio o que surpreendeu o Zé Metade. Este aproximou-se dele e perguntou-lhe porque estava a andar de gatas ao que o Belmotrão respondeu:

- É uma longa história… mas, se você tiver tempo, posso te contar na taberna da Marta tomando um levanta velho brabo[1]!

- Levanta o quê? A Marta só vende amarelinhas, Belmotrão! Acho que estás a confundir género humano com Manuel Germano… Eu alinho numa amarelinha, mas tu podes tomar um levanta velho brabo se quiseres e a Marta to servir. Andor que se faz tarde para a taberna.

 

Belmotrão seguiu de gatinhas, atrás do Zé Metade, na direção da taberna da Marta. Quando tiveram que atravessar a rua, o Zé Metade aconselhou o vizinho a levantar-se e a verificar bem a direita e a esquerda para não ser atropelado como tinha acontecido ao Paf. Mal chegaram à taberna, Belmotrão começou a contar a sua história maluca aos presentes. Começou explicando que conforme ele se deslocava para Norte, crescia, para Sul, decrescia, para Oeste, engordava, e para Leste emagrecia. Todos olhavam para ele desconfiados, mas Belmotrão continuou a sua explicação sem prestar atenção aos olhares desconfiados que o observavam:

- Como todo o mundo pode imaginar, a minha vida ficou bem complicada com esse negócio de sempre mudar de tamanho e de posição conforme me deslocava. Foi num dia de canícula que descobri uma forma de parar todas essas alterações: andando de quatro eu não mudava!

A Marta, o Andrade e o Zé Metade ficaram surpresos após as revelações do Belmotrão e o Zé Metade, incrédulo, pediu ao Belmotrão, como quem não quer a coisa:

- Ó Belmotrão, não tem nada a ver com o que nos disseste, mas acabo de me lembrar que tenho uma bola presa na árvore que está no meio do beco. Por favor, podes lá ir buscá-la?

Relutante, o Belmotrão foi buscar a bola. Tinha percebido que o Zé Metade o estava a testar e para comprovar a sua história dirigiu-se à árvore. Conforme ia andando na direção da árvore todos puderam ver que o tamanho dele ia diminuindo. Ficaram todos atónitos:

- Esse é um grande problema! O que é que vamos fazer? - exclamou perguntando o Andrade ao que o Zé Metade reagiu sugerindo que podiam contactar o Padre Alentejano para encontrar uma solução. Foi dito e feito, ligaram na hora.

O padre alentejano, primeiramente, aconselhou ao Belmotrão a comer a lua, mas como o Andrade já a tinha engolido essa sugestão teve de ser posta de lado. O padre sugeriu então ao Belmotrão que mergulhasse no Tejo alegando que o rio tinha muitas propriedades benéficas para os habitantes de Lisboa. Ouvindo a sugestão do padre, Belmotrão, que já não aguentava mais o seu problema, saiu correndo para Oeste. Começou logo a engordar e de tanto engordar, não viu onde punha os pés, caiu no rio, explodiu causando um tsunami que destruiu o beco e a cidade de Lisboa. Pior que o terramoto de 1755! Mas como a água do Tejo era mágica, juntou os pedaços do Belmotrão e da cidade reconstituindo-os com a mesma velocidade com que os destruíra.

 

Após a explosão e a magia do Tejo, o Belmotrão começou a andar normalmente, deixando de crescer, decrescer, engordar e de emagrecer conforme se deslocava!

 

 

 

Texto planeado e redigido coletivamente pela turma de 3e do PMC

Releitura e correção da professora Isabel Costa

Junho de 2025



[1] Expressão brasileira sinónima de “amarelinha”.

QUEM É QUE NÃO QUER VER MELHOR O MUNDO?

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