1. O português: que tipo de explorador?
- 1.1 Os Lusíadas de Camões: leitura da Proposição, as três primeiras estâncias do poema épico (o elogio do descobridor aventureiro português)
As armas, e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que
outro valor mais alto se alevanta.
- 1.2 A Peregrinação de Fernão Mendes Pinto : canção «Navegar Navegar» de Fausto (o aventureiro ambicioso que quer enriquecer, que é feito prisioneiro, que é vítima de naufrágios...)
-
Navegar, Navegar
Navegar navegar
Ó minha cana verde
Mergulhar no teu corpo
Entre quatro paredes
Dar-te um beijo e ficar
Ir ao fundo e voltar
Ó minha cana verde
Navegar navegar
Ó minha cana verde
Mergulhar no teu corpo
Entre quatro paredes
Dar-te um beijo e ficar
Ir ao fundo e voltar
Ó minha cana verde
Navegar navegar
Quem conquista sempre rouba
Quem cobiça nunca dá
Quem oprime tiraniza
Naufraga mil vezes
Bonita eu sei lá
Já vou de
grilhões nos pés
Já vou de algemas nas mãos
De colares ao pescoço
Perdido e achado
Vendido em leilão
Eu já fui a mercadoria
Lá na praça do Mocá
Quase às avé-marias
Nos abismos do mar
Já vou de algemas nas mãos
De colares ao pescoço
Perdido e achado
Vendido em leilão
Eu já fui a mercadoria
Lá na praça do Mocá
Quase às avé-marias
Nos abismos do mar
navegar navegar...
Já é tempo de partir
Adeus morenas de Goa
Já é tempo de voltar
Tenho saudades tuas
Meu amor
De Lisboa
Antes que chegue a noite
Que vem do cabo do mundo
Tirar vidas à sorte
Do fraco e do forte
Do cimo e do fundo
Trago um jeito bailarino
Que apesar de tudo baila
No meu olhar peregrino
Nos abismos do mar
1.3 A Nau Catrineta (lenda anónima do século XVI – um poema sobre as dificuldades vividas pelos marinheiros nas naus que desbravaram os mares até então desconhecidos)
´
A NAU CATRINETA
Lá vem a Nau Catrineta
Que tem muito que contar!
Ouvide agora senhores,
Uma história de pasmar.
Passava mais de ano e dia
Que iam na volta do mar,
Já não tinham que comer,
Já não tinham que manjar.
Deitaram sola de molho
Para o outro dia jantar;
Mas a sola era tão rija,
Que a não puderam tragar.
Deitam sortes à ventura,
Qual se havia de matar;
Logo foi cair a sorte
No capitão-general.
- «Sobe, sobe, marujinho,
Àquele mastro real,
Vê se vês terras de Espanha,
As praias de Portugal!»
- «Não vejo terras de Espanha
Nem praias de Portugal;
Vejo sete espadas nuas
Que estão para te matar.»
- «Acima, acima, gajeiro,
Acima, ao tope real!
Olha se enxergas Espanha,
Areias de Portugal.»
- «Alvíssaras, capitão,
Meu capitão-general!
Já vejo terras de Espanha,
Areias de Portugal.
Mais enxergo três meninas
Debaixo de um laranjal:
Uma sentada a coser,
Outra na roca a fiar,
A mais formosa de todas
Está no meio a chorar.»
- «Todas três são minhas filhas,
Oh! quem mas dera abraçar!
A mais formosa de todas
Contigo a hei-de casar.»
- «A vossa filha não quero,
Que vos custou a criar.»
- «Dar-te-ei tanto dinheiro,
Que o não possas contar.»
- «Não quero o vosso dinheiro,
Pois vos custou a ganhar.»
- «Dou-te o meu cavalo branco,
Que nunca houve outro igual.»
- «Guardai o vosso cavalo,
Que vos custou a ensinar.»*
[...]
- «Que queres tu, meu gajeiro,
Que alvíssaras te hei-de eu dar?»
- «Eu quero a nau Catrineta,
Para nela navegar.»
- «A nau Catrineta, amigo,
É de el-rei de Portugal.
Pede-a tu a el-rei, gajeiro,
Que ta não pode negar.»
*
- «Dar-te-ei a nau Catrineta,
para nela navegar.»
- «Não quero a nau Catrineta,
Que a não sei governar.»
- «Que queres tu, meu gajeiro,
Que alvíssaras te hei-de eu dar?»
- «Capitão, quero a tua alma
Para comigo a levar!»
- «Renego de ti, demónio,
Que me estavas a tentar!
A minha alma é só de Deus;
O corpo dou eu ao mar.»
Tomou-o um anjo nos braços,
Não no deixou afogar.
Deu um estouro o demónio,
Acalmaram vento e mar;
E à noite a nau Catrineta
Estava em terra a varar.
in Romanceiro de Almeida Garrett (1875)
2. O português: que tipo de emigrante? (cultural, económico, político)
2.1 «Lusitânia no Bairro Latino» de António Nobre (leitura de excerto do poema / século XIX - Texto poético em que sobressai o olhar atento sobre o falar do povo,
refletindo sobre a sua pronúncia e a ortografia, ou seja, entre o uso, o erro e
a norma)
2.
Georges, anda ver o meu país de Marinheiros,
O meu país das naus, de esquadras e de frotas!
Oh as lanchas dos poveiros
A saírem a barra, entre ondas de gaivotas!
Que estranho é!
Fincam o remo na água, até que o remo torça,
À espera de maré,
Que não tarda aí, avisa-se lá fora!
E quando a onda vem, fincando-o a toda a força,
Clamam todas à uma: " Agôra! agôra!Âgora"
E, a pouco e pouco, as lanchas vão saindo
(Às vezes, sabe deus, para não mais entrar...)
Que vista admirável! Que lindo! Que lindo
Içam a vela, quando já não têm mar:
Dá-lhes o Vento e todas, à porfia,
Lá vão soberbas, sob um céu sem manchas,
rosário de velas, que o vento desafia,
A rezar, a rezar a Ladainha das Lanchas:
Senhora Nagonia!
Olha acolá!
Que linda vai com o seu erro de ortografia...
Quem me dera ir lá!
Senhora Daguarda!
[...]
Senhora d'ajuda!
ora pro nobis!
Caluda!
Sêmos probes!
Senhor dos ramos
Istrela do mar!
Cá bamos!
Parecem Nossa Senhora, a andar.
Senhora da Luz!
Parece o farol …
Maim de Jesus
[…]
Senhor dos Passos!
Sinhora da Ora!
[…]
Senhor dos Navegantes!
Senhor de Matusinhos!
Os mestres ainda são os mesmos dantes:
Lá vai o Bernardo da Silva do Mar,
A mailos quatro filhinhos,
Vascos da Gama, que andam a ensaiar...
[...]
Bamos com deus!
Ó lanchas, Deus vos leve pela mão!
Ide em paz!
]…]
Bamos com Deus!
Fonte
In Só
de António Nobre (org. Madalena
Gonçalves), Editorial Comunicação, 1987
2.2 Cartas de Paris de Eça de Queirós (século XIX) (excertos
de uma carta publicada inicialmente no jornal brasileiro Gazeta de Notícias (entre 1893-1897 Eça enviou regularmente cartas
e bilhetes para esse jornal onde procurava interpretar os acontecimentos à luz
dos seus imensos conhecimentos com uma liberdade particularmente surpreendente,
sempre favorável às ideias progressistas) onde Eça mostra de que forma Paris e
Londres eram tidas como modelo para este escritor português que tendo sido cônsul
conheceu bem o estrangeiro de que falava).
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10
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O mundo vai-se tornando uma contrafação
universal do Boulevard e da Regent Street. E o modelo das duas
cidades é tão invasor que, quanto mais uma raça se desoriginaliza, e se perde
sob a forma francesa ou britânica, mais se considera a si mesma civilizada e
merecedora dos aplausos do «Times».
(…)
Positivamente (…) a originalidade viva
do universo está em Paris e em Londres: tudo o mais é má imitação de província.
(…)
É por isso que ninguém que tenha orgulho
de se considerar ser racional, prescinde de se informar diariamente de tudo
que se passa em Paris ou em Londres, desde as revoluções até às toilettes,
desde os poemas até aos escândalos.
O desejo mais natural do homem, é saber
o que vai no seu bairro e em Paris.
Que importa o que sucede na Ásia Central,
onde os russos se batem, ou na Austrália, onde há crise ministerial? O que se
quer saber é o que fez ontem Gambetta, ou o que dirá amanhã o professor
Tyndall.
E com razão, a Ásia Central e a Austrália
não ensinam nada, e Paris e Londres ensinam tudo.
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In Lettres de Paris – Cartas de Paris, Eça
de Queirós, Editions Métailié & Banco Pinto e Sotto Mayor, 1997, pp. 18-20
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2.3 «Portugal em Paris» de Manuel Alegre (século XX, o sujeito poético vê os emigrantes portugueses com a sua miséria pela cidade de Paris)
2.4 «Trova do vento que passa» de Manuel Alegre (poema que serviu de letra a um Fado com alusões à ditadura fascista do século XX - o emigrante, exilado político, pede notícias ao vento sobre o seu país que vive oprimido - aqui interpretado por um grupo de fados da Academia de Coimbra)
Solitário
por entre a gente eu vi o meu país.
Era um perfil
de sal
e abril.
Era um puro país azul e proletário.
Anónimo passava. E era Portugal
que passava por entre a gente e solitário
nas ruas de Paris.
por entre a gente eu vi o meu país.
Era um perfil
de sal
e abril.
Era um puro país azul e proletário.
Anónimo passava. E era Portugal
que passava por entre a gente e solitário
nas ruas de Paris.
Vi minha pátria derramada
na Gare de Austerlitz. Eram cestos
e cestos pelo chão. Pedaços
do meu país.
Restos.
Braços.
Minha pátria sem nada
sem nada
despejada nas ruas de Paris.
na Gare de Austerlitz. Eram cestos
e cestos pelo chão. Pedaços
do meu país.
Restos.
Braços.
Minha pátria sem nada
sem nada
despejada nas ruas de Paris.
E o trigo?
E o mar?
Foi a terra que não te quis
ou alguém que roubou as flores de abril?
Solitário por entre a gente caminhei contigo
os olhos longe como o trigo e o mar.
Éramos cem duzentos mil?
E caminhávamos. Braços e mãos para alugar
meu Portugal nas ruas de Paris.
E o mar?
Foi a terra que não te quis
ou alguém que roubou as flores de abril?
Solitário por entre a gente caminhei contigo
os olhos longe como o trigo e o mar.
Éramos cem duzentos mil?
E caminhávamos. Braços e mãos para alugar
meu Portugal nas ruas de Paris.
ALEGRE, Manuel, O Canto e as Armas, 1967
2.4 «Trova do vento que passa» de Manuel Alegre (poema que serviu de letra a um Fado com alusões à ditadura fascista do século XX - o emigrante, exilado político, pede notícias ao vento sobre o seu país que vive oprimido - aqui interpretado por um grupo de fados da Academia de Coimbra)
Trova do Vento que Passa
Manuel Alegre
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.
Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio – é tudo o que tem
quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi meu poema na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir
(Portugal à flor das águas)
vi minha trova florir
(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Versão integral do poema escrito em 1963 e incluído no livro Praça da Canção (1965). A
versão musicada por António Portugal e cantada por este grupo de fado da Academia de
Coimbra é um excerto, com a primeira e as duas últimas quadras.
2.5 A saudade: um sentimento exclusivo do português? (pequena explicação com a canção dos Trovante, «Saudade» como banda sonora)
Há sempre alguém que nos diz: tem cuidado
Há sempre alguém que nos faz pensar um pouco
Há sempre alguém que nos faz falta
Ahhh, saudade...
Há sempre alguém que nos diz: tem cuidado
Há sempre alguém que nos faz pensar um pouco
Há sempre alguém que nos faz falta
Ahhh, saudade...
Chegou hoje no correio a notícia
É preciso avisar por esses povos
Que turbulências e ventos se aproximam
Ahhh, cuidado...
Há sempre alguém que nos diz: tem cuidado
Há sempre alguém que nos faz pensar um pouco
Há sempre alguém que nos faz falta
Ahhh, saudade...
Há sempre alguém que nos diz: tem cuidado
Há sempre alguém que nos faz pensar um pouco
Há sempre alguém que nos faz falta
Ahhh, saudade...
Foi chão que deu uvas, alguém disse
Umas porém colhe-se o trigo, faz-se o pão
E se ouvimos os contos de um tinto velho
Ahhh, bebemos a saudade...
Há sempre alguém que nos diz: tem cuidado
Há sempre alguém que nos faz pensar um pouco
Há sempre alguém que nos faz falta
Ahhh, saudade...
E vem o dia em que dobramos os nossos cabos
Da roca a S. Vicente em boa esperança
E de poder vaguear com as ondas
Ahhh, saudades do futuro...
Há sempre alguém que nos diz: tem cuidado
Há sempre alguém que nos faz pensar um pouco
Há sempre alguém que nos faz falta
Ahhh, saudade...
3. O português: que essência?
3.1 «O conto da ilha
desconhecida» de José Saramago: o homem parte à descoberta de si mesmo (leitura de excerto / século XX – este conto é uma parábola que explica a viagem do ser humano para
dentro de si mesmo, em direção aos outros e em direção à ilha que é o mundo em
que vivemos; neste conto o homem surge como sonhador e a mulher surge como
aquela que ajuda o homem a concretizar o sonho. O excerto que refere o momento
em que o homem vai pedir ajuda ao rei para concretizar o seu sonho, o rei pode
ser identificado com o leitor, ao início nada se percebe das intenções do
protagonista)
5
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E
tu para que queres um barco, pode-se saber, foi o que o rei de facto
perguntou quando finalmente se deu por instalado, com sofrível comodidade, na
cadeira da mulher de limpeza, Para ir à procura da ilha desconhecida,
respondeu o homem, Que ilha desconhecida, perguntou o rei disfarçando o riso,
como se tivesse na sua frente um louco varrido, dos que têm a mania das
navegações, a quem não seria bom contrariar logo de entrada, A ilha
desconhecida, repetiu o homem, Disparate, já não há ilhas desconhecidas, Quem
foi que te disse, rei, que já não há ilhas desconhecidas, Estão todas nos
mapas, Nos mapas só estão as ilhas conhecidas, E que ilha desconhecida é essa
de que queres ir à procura, Se eu to pudesse dizer, então não seria
desconhecida, A quem ouviste tu falar dela, perguntou o rei, agora mais sério,
A ninguém, Nesse caso, por que teimas em dizer que ela existe, Simplesmente
porque é impossível que não exista uma ilha desconhecida.
|
In «O conto da ilha desconhecida», José Saramago,
Caminho, 1999, pp. 14-15
|
3.2 A lenda do Galo de Barcelos: um conto popular
3.3 A padeira de Aljubarrota: de Espanha nem bom vento, nem bom casamento
|
in Lendas da História de Portugal, Carlos Rebelo e Jorge Miguel, Plátano Editora, 2009 |
3.4 As vitórias do início do século XXI: orgulho de ser português
3.4.1 O Fado Património Imaterial da Humanidade (Unesco/2011) e o Grammy "Lifetime Achievement Award" para Carlos do Carmo (2014)
Lisboa Menina e Moça
No castelo,
ponho um cotovelo
Em Alfama, descanso o olhar
E assim desfaz-se o novelo
De azul e mar
À Ribeira encosto a cabeça
A almofada, na cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo
Em Alfama, descanso o olhar
E assim desfaz-se o novelo
De azul e mar
À Ribeira encosto a cabeça
A almofada, na cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo
Lisboa
menina e moça, menina
Da luz que meus olhos veem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida
Da luz que meus olhos veem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida
No terreiro
eu passo por ti
Mas da Graça eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha, sorri
És mulher da rua
E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que soube inventar
Aguardente de vida e medronho
Que me faz cantar
Mas da Graça eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha, sorri
És mulher da rua
E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que soube inventar
Aguardente de vida e medronho
Que me faz cantar
Lisboa
menina e moça, menina
Da luz que meus olhos veem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Da luz que meus olhos veem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida
Lisboa no
meu amor, deitada
Cidade por minhas mãos despida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da nossa vida
Cidade por minhas mãos despida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da nossa vida
3.4.2 A vitória no Europeu de Futebol (2016)
http://www.elsalvadornoticias.net/wp-content/uploads/2016/07/CnCQrmaW8AE48SB-1024x576.png, 21-5-2017
3.4.3 A vitória na Eurovisão de Salvador Sobral (2017)
3.4.4 Canção de encerramento numa aliança entre as culturas lusófona e francófona que há muito comunicam entre si
Lisboa
Ça n'fait même pas 20 ans que j'te connais et toi tu vois déjà dans mes
veines
Le creux qu'a laissé les larmes et la distance de 2000km
C'est parce que t'as la même gorgé de soleil et de souvenirs qui dansent
Au rythme des fados, de leur robe noir et des cris immenses
Le creux qu'a laissé les larmes et la distance de 2000km
C'est parce que t'as la même gorgé de soleil et de souvenirs qui dansent
Au rythme des fados, de leur robe noir et des cris immenses
Y'a comme un goût de par cœur que je parcours dans tes soirs, tes matins
Pourtant on n'est ni sœur ni amant d'avec ou sans lendemain
On a ces mêmes grands places, ces grands hommes qui nous ont marqués au fer
Depuis Salazar le marquis de Pombal jusqu'à nos terribles grand-pères
Cheira bem, já tem sol, cheira a
lua, cheira a Lisboa
Cheira bem, já tem sol, cheira a lua, cheira a Lisboa
Cheira bem, já tem sol, cheira a lua, cheira a Lisboa
Perdue entre la mer et les montagnes mentholées de Sintra
Toi tu te repères avec un nuage d'alegria
Ta seule ligne de conduite est de suivre le vent et peu importe
Des marées où tout passe, orage, tourment, pourvu qu'il t'emporte padapadapada
Toi tu te repères avec un nuage d'alegria
Ta seule ligne de conduite est de suivre le vent et peu importe
Des marées où tout passe, orage, tourment, pourvu qu'il t'emporte padapadapada
Tu t'es rebâties après un séisme pire que l'enfer
Plus belle, plus rayonnante
Tu nous éclabousses de lumière
Et ça me rassure de savoir que même quand nous ne serons plus là
Même juste dans l'air encore, on te sentira padapadapada
Plus belle, plus rayonnante
Tu nous éclabousses de lumière
Et ça me rassure de savoir que même quand nous ne serons plus là
Même juste dans l'air encore, on te sentira padapadapada
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