sexta-feira, 21 de abril de 2023

O MUNDO EM QUE VIVI de Ilse Losa: encontro virtual com Geneviève Santorum

 



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---Aos vinte e um dias do mês de abril do ano dois mil e vinte e três reuniu virtualmente, na sala trezentos e nove do terceiro andar do edifício Scherer do Lycée International de Saint-Germain-en-Laye, a turma do nono ano da Secção Portuguesa com Geneviève Santorum. O encontro realizou-se virtualmente através da plataforma zoom, começou às treze horas e terminou pelas treze horas e vinte e cinco minutos. Estiveram presentes quinze alunos da turma e a professora Isabel Costa. A ordem de trabalhos da reunião foi:----------------------------------------------------------------------------------------------------

---Ponto único: testemunho sobre vivências pessoais de Geneviève Santorum que sobreviveu, com os Pais, à perseguição nazi durante a segunda guerra mundial. ---------

---O encontro devia ter começado pelas doze e quarenta e cinco, mas os problemas técnicos de acesso ao zoom levaram a um atraso de quinze minutos e a que o encontro tivesse de terminar com o toque de saída sem que houvesse tempo para que os alunos pudessem conversar com Geneviève Santorum. Do encontro foi possível registar algumas informações partilhadas por Geneviève que refletiram as vivências dramáticas sofridas pelos judeus no século vinte e com as quais os alunos já tinham podido contactar previamente através do estudo da obra de Ilse Losa, O mundo em que vivi, e da visita da exposição escolar “Longues vies” apresentada há quinze dias por Sylvaine Leblond.----Geneviève Santorum explicou-nos que os Pais viviam nos Países Baixos quando a Segunda Guerra Mundial rebentou. Referiu o que viveram os Pais nessa época em que ela ainda não tinha nascido já que a Mãe estava grávida dela. Os Pais e outros familiares viveram a perseguição e extermínio dos judeus, a obrigatoriedade do uso da estrela na lapela que os discriminava, a detenção arbitrária na rua pelo simples facto de serem judeus. É o Pai de Geneviève que pensa em deixar os Países Baixos, algo que a Mãe não deseja por estar grávida de sete meses. O Pai não abandona a ideia e vai conseguir ajuda de terceiros para planear a saída do país. No dia em que a fuga começa, o Pai de Geneviève diz apenas à Mãe para se vestir com algo quente por estar frio. Acaba por conseguir iniciar a saída dos Países Baixos até à Suíça onde Geneviève acaba por nascer. Ficámos a saber que a entrada na Suíça não foi fácil pelo frio, pela neve, pelo caminho na montanha e por a dada altura terem receado a detenção. Na Suíça puderam ficar apenas seis semanas já que os suíços não queriam que lá ficassem. Assim, ao fim desse prazo os Pais de Geneviève voltam ao caminho do êxodo, passam por Vichy que vive sob a colaboração de Pétain. Os tios de Geneviève ficam em Vichy. Os Pais dela sabiam da existência de campos de detenção em França e prosseguiram a fuga chegando a Bilbau. Foi nessa cidade do país basco espanhol que apanharam um barco que os levou até Lisboa. Chegados a Portugal reencontraram-se com uma tia de Geneviève que tinha casado com um português. Mas em Portugal havia Salazar e ainda não é aí que ficam a residir. Rumam para o Curaçau, uma ilha holandesa, que ainda não estava sob domínio nazi e onde ficaram algum tempo. A seguir foram para o Canadá onde Mãe e filha ficaram a viver. O Pai de Geneviève vai mais tarde para Londres e envolve-se na guerra lutando ao lado dos Aliados. A família só voltou a reunir-se no final da guerra, em Inglaterra.--

---Nada mais havendo a dizer, deu-se por encerrado o encontro do qual se lavrou a presente ata que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada nos termos da lei por mim que a redigi e por Geneviève Santorum que aceitou testemunhar online.

---Geneviève Santorum: GS ---------------------------------------------------------

---A secretária: IC ---------------------------------------------------------------------

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