in https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/consentimento, 9-11-2020. |
Vamos ilustrar a noção de consentimento sexual em português?
Para realizares um cartaz eficaz no âmbito deste concurso da nossa escola deves:
a) ser criativo;
b) escolher uma obra de arte lusófona;
c) criar uma legenda para acompanhar essa obra de arte;
d) respeitar o tema do concurso (ilustrar a noção de 'consentimento sexual', influenciar quem vê o teu cartaz, levar o destinatário do cartaz a compreender a importância de ter o consentimento antes de fazer algo);
e) entregar o teu trabalho por via eletrónica até 30-11-2020 (3e do LI) e até 16-12-2020 (3e do PMC).
NB- Queres uma ajuda para te inspirares? Observa os cartazes e relê um excerto do conto de Vergílio Ferreira de que falámos na aula e que nos permite refletir sobre esta questão:
EXCERTO DO CONTO «O Encontro» de Vergílio Ferreira
(…)
Havia depois adiante uma breve clareira, e, a seguir, a casa dela, precisamente onde começava a rampa de areia branca do lado de cima dos eucaliptos. Em frente da casa, havia um balcão alto onde a conhecera, quando uma tarde regressava da serra, esbraseado e sujo. Contornou-o pela rampa, e quando bateu à porta de trás uma fresta abriu-se brevemente e uma voz fina disse:
- Vá andando que eu já vou.
Não se admirou de que ela o estivesse esperando assim, porque a dedicação da moça, pensava, tinha uma firmeza animal. Quase no centro dos eucaliptos havia uma cova coberta de folhas secas, e aí se deitou. Via agora bem a lâmina da Lua e um prazer profundo inundou-lhe o corpo. Algum tempo esteve assim olhando o céu, repousado, quase feliz. Até que ouviu enfim a areia ranger com os passos da rapariga. As folhas secas estalaram sob os pés descalços, e logo depois o seu vulto desenhou-se recortado entre dois troncos. Soergueu-se, bruscamente, apoiado na mão aberta, o corpo todo em tremor. Mas ela vinha lenta, suspendendo-se algumas vezes, de ouvido agudo à escuta.
- Deita. Não há ninguém.
A rapariga, porém, sentou-se apenas e correu-lhe a mão pela testa:
- Deita.
O braço dele cingiu-a com violência; ela, todavia, empurrou-lhe o peito, firmemente.
- Que é que tens?
Não respondeu e voltou a enxugar-lhe a testa em febre. Mas depois, bruscamente, estacou:
- Espere!
Ficaram ambos retesos, escutando.
- Que é?
- Não lhe pareceu ouvir gente?
Escutaram ainda um pouco, mas logo o engenheiro a pôs à vontade:
- Não há ninguém.
Ela sentiu-lhe de novo a força dos braços à roda da cintura e o bafo escaldante no rosto.
- Deixa, vamos…
Cingiu-a com dureza, mas a moça desprendeu-se, e por momentos assim ficou, arredada e pensativa.
In «O Encontro», Contos, Vergílio Ferreira, 1ª edição 1976, Quetzal, 2009, pp. 36-37.
PARA VISUALIZAR OS 30 CARTAZES REALIZADOS PELOS ALUNOS DE 9º ANO DO PMC E DO LI clicar em:
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